terça-feira, 11 de agosto de 2009

diarinho

o trabalho me consome. as geniazinhas da oficina são tão queridas que eu quero guardar cada uma num potinho e colocar numa estante, de enfeite. não faz sentido, eu sei, mas isso é amor, gente. no seu estado mais puro. eu queria ter mais tempo pra interagir com elas, mas o projeto me coloca metade do tempo fora da oficina, e a outra metade do tempo lutando pra me concentrar e organizar as informações e descobertas do dia. tenho passeado bastante pelo corporativo, mas isso é assunto pra outro post. a grande conclusão é simples. a melhor escolha que eu podia ter feito foi lá em 98, a da faculdade que eu queria fazer. essa escolha me permite ir trabalhar de sapatilhas verdes e faixa de bolinhas no cabelo. eu tenho visto gente que vive num mundo a parte, onde email pessoal e de trabalho se confundem, internet é coisa do demo e só serve pra dispersar. gente que usa quatro monitores na workstation, e ainda assim consegue não ter ideia do que acontece na vida real, lá fora. gente que precisa de salto agulha, ou terno e gravata. all day long. e chama isso de estilo informal. juro. tem sido um choque, quase que diário, mas é divertido, e me rende boas gargalhadas. todo um estudo antropológico, e eu venho falhando miseravelmente na arte de relativizar. consigo não. aquilo ali é zoológico. uma hora eu explico melhor. no mais, algo acontece que eu só como porcaria e fico emagrecendo. saí todos os dias da semana passada, acordei cedo e já quase que consigo chegar às 9h. hoje eu cheguei às 8h, mas não conta, foi caso específico. eu devia estar dormindo, inclusive. a estagiária é esperta, me choca. ficamos discutindo cinema europeu, hoje, enquanto o taxi não chegava. acho que sou uma chefe fofa. a intenção é essa. a terapia tem sido otema, de um jeito que eu sabia que seria. bota as ideias no lugar. eu saio de lá com o rímel levemente borrado, mas acho dygno. ando pelo supermercado e compro o café da manhã do dia seguinte, basicamente. a geladeira está vazia, o estômago está vazio, mas e a vontade de fazer compras? na hora em que o café acabar de vez, talvez eu até mude de ideia.

Um comentário:

Luiz com Z disse...

Esses mundos à parte, apartados, part and counterpart... concretismos à parte, o bizarro é pensar que o Brasil chegou a um ponto em que só na megalópole paulista existe uma megavariedade de estilos de vida pra se escolher sem se sentir muito isolado socialmente. A crescente uniformidade do Rio me dá nos nervos.

Pelo menos é tudo pertinho aqui. E nem é tão longe de São Paulo, El Dorado onde, depois de procurar nas lojas mais caras, achei as únicas gravatas que gosto, por encomenda - pela bagatela de quinze reau a unidade.