quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

=[

Primeiro, porque ele tinha a minha idade.

Segundo, porque ele cantou "Can't take my eyes off of you" em "10 Coisas que eu Odeio em Você".

Terceiro, porque ele era o coringa. E eu achava tão genial ser ele o coringa.



E mais um monte de razões. Um tantão de razões.

So fucking sad. Really, really.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Céu cor de rosa

Criança tem umas coisas engraçadas. Quando eu estava no pré-primário, sei lá, me lembro de um dia, especificamente, em que a professora estimulava as criancinhas – eu entre elas – a dizer todas as cores que o céu podia ter. Enquanto cada um falava, ela escrevia no quadro negro. Todos os azuis foram se acabando, ficaram os cinzas, acabaram-se, falaram do preto, do branco, das cores. A lista ia ficando grande. Eu tinha um trunfo, ia dizer a cor que todos haviam esquecido, que era minha, a cor do céu ao entardecer. Eu levantei o dedo, e esperei pacientemente a minha vez. A professora olhou, apontou para mim e me deu a palavra. E eu disse, bem alto, cheia de certeza: “cor de rosa!”.

Seguiu-se uma gargalhada geral, e eu me encolhi na carteira, encabulada. A professora riu, e disse, com mais certeza ainda: “Não, (madame ç), eu quero que vocês me digam cores que o céu pode ter! O céu não fica cor de rosa.”. Minha voz meio que sumiu, acho que por causa das gargalhadas das outras crianças, e eu desisti de insistir, envergonhada. Um garotinho louro que não vejo há mais de 20 anos, Paulo César, me defendeu. Disse que o céu ficava rosa sim, principalmente em fim de tarde e quando tinha muita poluição, o que era exatamente o caso da cidade siderúrgica onde eu cresci.

Essa história nunca me saiu da memória. E toda vez que eu vejo um céu cor de rosa, eu fotografo.

Tipo esse. E esse.




quarta-feira, 2 de janeiro de 2008

Carta aberta (e já datada, de acordo com acontecimentos recentes)

Prezada senhora, querida Mary W.

Venho por meio deste post fazer um desabafo. Como eu já disse por aqui, como muitos sabem, eu leio seu blog há muito tempo. Acompanhei cada troca de link dos últimos, sei lá, 3 anos. Me conformei com cada apagar de histórico e com a falta da possibilidade de reler textos que eu considerava tão bons. Ok. O texto é dela, eu pensava. Ela apaga e eu fico com a certeza de que, ainda que me seja negada a chance de reler os antigos, novos bons textos virão.

Só eu sei o trabalho que me dava minimizar a tela para que ninguém visse a foto da Mari Alexandre no seu template. Eu minimizava e continuava a leitura. Aprendi sobre a CPMF, que antes eu achava um imposto absurdo, mas que depois do seu texto, comecei a entender por outro ângulo. Achei muito impressionante mesmo que você conhecesse os quadros do MASP, e pudesse, inclusive, dizer qual deles roubaria se tivesse a chance. Ladrão idiota, não entende nada de história da arte, se distraindo com cifras, imaginem. Eu gostava especialmente dos seus textos sobre filmes, sobre Big Brother e sobre a faculdade. Acho que um dos textos mais legais que li foi sobre o último dia que você deu aula para a aluna metaleira e que, quando ela perguntou se haveria alguma outra matéria que ela pudesse fazer no próximo período, você pensava que ela havia sido o motivo de ter havido sociologia, naquele período que terminava. Teve também aquele que um aluno maluco se declarou na saída de uma festa, e do vexame que foi ser pega em flagrante apanhando de volta o seu cigarro pela metade no vaso de planta. Os posts sobre alunos, que delícia de ler. Sobre o aluno que perguntou sobre os reais motivos de Jesus ter se “suicidado”, e etc.

Teve o dia que você comentou aqui no blog, e a outra garota me ligou lá de São Paulo pra contar, mas eu estava na rua e não podia ler. E então ela leu. O dia em que fomos linkadas, e que ganhou até post. Agora, de vez em quando, você aparece por aqui, e eu contabilizo quais tipos de post geram mais comentários. A garota te responde, vocês quase estabelecem uma conversa. Eu costumo acompanhar, apenas. Dificilmente leio os comentários do meu próprio blog, não lia os do seu.

Não sei qual foi a polêmica, quero perguntar, mas nem acho que essa resposta faça diferença. Fui lá no seu Orkut dar uma espiada, vi várias pessoas pedindo desculpas, meio em tom de brincadeira. Todos querendo que você volte. Eu também quero. A garota disse que você não volta, mas eu preciso reunir alguma esperançazinha de que ela esteja errada e que você não agüente, que blogar tenha se tornado mais que um hábito, um vício. Foi por causa da promoção? O novo trabalho vai te tomar mais tempo, e isso com certeza iria prejudicar o blog. A garota lá de São Paulo parou por um tempão quando virou chefa. Eu não virei chefa de ninguém, não posto por sem-vergonhice mesmo. Preciso de assuntos, ando reclamona por demais, batendo todos os recordes. E, sabe como é, convinha dar um tempo.

Mas, voltando ao assunto, que não é por causa dos meus posts que eu estou aqui. É por causa dos seus. Sim, senhora Mary W. Eu bem acho que a senhora vai acabar criando um outro endereço, e que só vai querer passar pros amigos. Eu não me incluo na categoria amigo, e temo ficar de fora. Isso eu não posso admitir. Cerquei o Klein no MSN, implorei que se ele soubesse do seu novo endereço, se houvesse, quando houvesse, que ele me passasse. Ele disse que 1) se você fizer outro endereço e 2) se você quiser que seja público, ele me daria. Tive de me recolher a minha insignificância de mera leitora, desconhecida.

E então, meio que por hábito, meio que por vício, todo dia eu clico ali nos meus favoritos, e vejo a tal página azul, com a informação “para ler no trabalho”, e a foto dos túmulos. E passo o mouse no ultimo texto, procurando um link escondido, que me leve ao novo endereço, aquele que nem existe. Você já deve estar contabilizando a diminuição das visitas, mas eu te garanto que a minha continua.

PS.1: Post datado. Já existe um link feliz, bem otimista, dando uma pista de pra onde a senhora foi. Vou fingir que não prestei atenção naquela parte que fala de comentários apenas e tão somente sobre Big Brother. Vou contar que ele acabe virando o que era o outro, de cara nova. Porque eu acho que os posts de uma Mary W chefa serão ainda mais legais. Eu conto com isso.

PS.2: Acabei de ver uma chamada com uma das participantes. Bianca, carioca, cheia de tatuagens. Bem clichezinho. Mas tudo bem. Aguardemos os próximos.