quarta-feira, 24 de outubro de 2007

i'm a people person. NOT!

Quando eu cheguei aqui no trabalho, tinha menos gente do que tem hoje. Não sei exatamente quanto a menos, mas menos, bem menos. O negócio é que eu me sentava tipo no fim da sala, mais perto dos nerds que trabalham num aquário. Era bem longe do pessoal do atendimento ao cliente. E eu gostava disso. Porque eles trabalham em turnos, fazem umas reuniões de motivação, são bem agitados e irritantes. E eles ficam colocando papéis de parede horríveis nos computadores. Ou é foto do último churrasco “na laje”, ou é foto cafona de namorado (a), ou então caricatura. Pra ser mais clara um pouquinho, eu gosto de não interagir com eles. Eu gostava.

Daí começaram a contratar mais gente. Todo dia aparecia um novo. O lugar foi enchendo, ninguém pareceu se importar com a cozinha lotada ou os banheiros sempre ocupados. E o barulho, ah, o barulho. Eu não tenho foco, já contei isso aqui. O barulho me distrai. Eles estão everywhere, os malditos do atendimento ao cliente. Todos crentes, importante mencionar. De vez em quando a gente escuta alguma palavrinha de disus, assim, meio perdida entre as ocorrências do dia. E agora, justamente porque são tantos, precisaram reorganizar a disposição dos lugares. E eu venho há tempos pedindo 1) pra ir prum lugar menos frio, sem saídas de ar condicionado; 2) pra ir prum lugar mais quieto, sem perturbação, sem barulho, onde eu possa tentar ter foco sem tamanho esforço. Ninguém me ouve.

Com a reorganização, a minha mesa, que antes era no fundo da sala, ficou mais centralizada. E eles foram espalhados em pontos distintos da empresa, em pequenos núcleos de atendimento. E um desses grupos está depois de mim, no que antes era o meu querido e calmo fundo da sala, só meu. Agora eu tenho companheiros à direita, à esquerda e atrás. Estou cercada, eles estão por toda parte. Um deles tem a mania de falar imitando o Sílvio Santos. Parece um cobrador de ônibus e vai de 15 em 15 minutos ao banheiro, pra molhar os cachos mal cortados. E tem umas duas com um cabelo tão descolorido que faria Anna Nicole Smith corar. Britney é chique perto dessa turma. Muito elegante. E agora, na hora de eles irem embora, na troca de turnos, nas idas pro almoço, eles passam aqui, atrás de mim. E ficam falando tchau, se despedindo DE MIM. Todo dia. Até amanhã, eles dizem.

I’m so NOT a people person quando se trata desse pessoal.

sábado, 20 de outubro de 2007

Birthday girl

Enquanto isso, no trabalho, em uma janela de msn alheia...

Co-worker A diz:
já desejou feliz aniversário para a Madame Ç?
Co-worker B, que também é amiga, diz:
claro

Co-worker B, que também é amiga, diz:
e vc?
Co-worker A diz:
não
Co-worker A diz:
ela não gosta
Co-worker A diz:
tenho medo
Co-worker B, que também é amiga, diz:
ela gosta sim, é só não abraçar
Co-worker A diz:
melhor não arriscar

terça-feira, 16 de outubro de 2007

Gossip Girl

Eu preciso falar Gossip Girl. Foi assim. O garoto me disse para baixar, porque era da mesma criadora de Sex and The City, etc. E eu confio no garoto, e gostava bastante de Carrie e companhia. E baixei. Série estranha, com gente esquisita. Todo mundo eu conhecia de algum lugar, mas não sabia de onde. Daí, imdb, óbvio. E eu descobri várias coisas. Primeiro que todos os atores são novinhos, apesar de aparentarem, no mínimo, uns dez anos a mais. A protagonista é a jogadora de futebol de “Quatro Amigas e um Jeans Viajante”, e o protagonista fazia The Bedford Diaries. Eu não via The Bedford Diaries. Eu via Milo Ventimiglia em The Bedford Diaries. Ponto. Mas aí tinha esse garoto, que tinha um cabelo bem mais rebelde, com uns cachos inadmissíveis, e ficava pegando as menininhas e gravando depoimentos em vídeo. E em Gossip Girl ele teve o bom senso de raspar a cabeça.

A série é basicamente sobre meninos ricos de Manhattan, os Upper East Siders da saudação inicial. Rola uma gravaçãozinha em off com uma voz de personagem desconhecida, a tal Gossip Girl do título. Ela atualiza todo mundo na escola sobre as últimas fofocas através dos telefones celulares de última geração. E termina cada notícia com “You know you love me. I’m Gossip Girl”. Ninguém sabe que é a tal garota fofoqueira e tão bem informada. Eu sei. Li no imdb. É a Veronica Mars. Pronto, contei.

Daí que tem duas melhores amigas. Ou ex-melhores amigas. Serena e Blair. A Serena, até onde eu entendi, é a mocinha. A Blair é a antagonista. Elas eram melhores amigas, mas aí a Serena dormiu com o namorado de anos da Blair e – cheia de remorso – saiu da cidade sem nem se despedir. E então o primeiro episódio começa com ela voltando, aparentemente por causa de um segredo. Ela volta, eu conto de novo, porque o irmão dela tentou suicídio cortando os pulsos, e agora está numa clínica de repouso de alto luxo. A mãe dela era a 4ª mulher do Michael de Melrose, ex puta, que agora é apenas uma ricaça morando num hotel enquanto a 14ª reforma no apartamento da família não fica pronta. Serena volta e começa o conflito.

Daí vem o festival de clichês. A Serena conhece o garoto pobre da escola e meio que se interessa. Ele já era apaixonado há séculos. Ele é filho de um músico/artista que é dono de uma galeria, tem uma irmã de 13 anos que quer fazer parte da turma e que daria uma unha pra ficar amiguinha da Blair. Moram numa espécie de Loft atolado de livros e móveis (sacou a parte intelectual?) e a casa tem umas paredes esquisitas, que se movem e descem do teto. A mãe acaba de abandonar a família e – pasmem – rola algum conflito do passado entre o pai do moleque pobre e a mãe rica da Serena. Ok.
Blair. A Blair é filha de uma estilista mega famosa. Aparentemente todo mundo acha a Serena incrível, e a Blair tem que viver meio que à sombra da ex melhor amiga. A Blair é bem mais bonita, mas é meio que um híbrido entre várias atrizes bonitinhas. O tipo de pessoa absurdamente bonita e magra, mas se você olhar bem para a cara dela, vai perceber que tem algo absurdamente errado. Ela é amiga de um outro riquinho de 17 anos, que mora num hotel e costuma ter duas ou mais camareiras seminuas em sua cama, enquanto o melhor amigo – o tal que chifrou a Blair com a Serena – dorme no sofá a apenas alguns metros. Esse riquinho é mau caráter e tenta agarrar a Serena quando ela está bêbada. E ela bebe pra caramba. Ele usa uma echarpe e diz que essa é a sua marca registrada. Me lembrou o Pierce, o riquinho de Turma da Pesada, um desenho que eu via há séculos atrás. Aliás, a série parece muito o desenho, com a vilã morena e a mocinha loura.

O que mais me intriga em Gossip Girl é a definição de bom e ruim. Serena é a boazinha, fato. Blair é a vilã. Mas foi a Serena que roubou o namorado da amiga e depois nem se despediu quando resolveu ir embora. A Blair ficou sozinha, traída pela melhor amiga e pelo namorado, sendo constantemente comparada com a Serena por todo mundo, inclusive pela mãe. E a Blair é vilã porque resolve tratar a Serena mal quando ela finalmente volta. Eu acho que a Serena merece. Pronto, falei.

Gossip Girl é o mais puro clichê. Tem características de Beverly Hills 90210, Turma da Pesada, Melrose Place, The OC e tudo o que a gente pensa que está cansado de ver por aí. Mas não está.

quarta-feira, 10 de outubro de 2007

drops

Experimentei o milkshake de banana do bob’s e fiquei pensando só nisso. Eu me entreguei de vez. Fazer isso numa segunda feira representa assumir para mim e para os outros que não, essa não será a semana do início da dieta. Mas deveria. Tomei cappuccino da kopenhagen, milkshake, comi bombons, coca cola. Muita alegria de viver que resultará no martírio da balança. Precisava parar. Não leio mais nada que não seja revista de moda. Blogs. Descobri uns ótimos ultimamente, li até histórico, e tenho a impressão de que este recadinho se dirigia mesmo à minha pessoa. Sei não. Tal qual a dona do recadinho, andei vendo Gossip Girl. Que é bem porcaria mesmo, mas foi indicado pelo garoto querido. Tá no terceiro episódio, os personagens parecem tão velhos que eu fui atrás das datas de nascimento no imdb, juro. E são todos realmente novos. Mas a protagonista tem marcas no rosto. Mais que eu, que tenho pelo menos 10 anos a mais que ela. Deve ser genética, essa coisa de pele clarinha e fininha, sensível, mais cedo ou mais tarde teria o seu preço. Mais cedo, no caso dela. Poor girl. Daí recomeçou Heroes e eu nem mesmo assisti ao ultimo episódio da primeira temporada. Porque eu estava economizando, pra não sofrer como a comedora de granola esperando a volta dos inéditos. Resolvi me dar o direito de escolha e NÃO assisti ao último, pra ver quase na véspera da segunda temporada estrear e não ter que esperar nada nada pelos novos acontecimentos. Enquanto isso comecei a ver Jericho. Jericho parecia até legal, tinha o Skeet Ulrich, que fez Jovens Bruxas e era uma espécie de Johnny Depp new generation quando surgiu. Agora ele está mais velho, tem os olhos bem vermelhos e perdeu um pouco da graça. E Johnny Depp continua aí, inteiro. Vi uns cinco ou seis episódios, baixei todos os outros e foi realmente libertador quando eu aceitei que não tinha gostado da série e decidi deletar tudo. Abriu espaço para baixar Dexter. Respingos de sangue, hello. A-do-ro. Adoro psicopatas. Adorava Six Feet Under, adoro ver que os meus atores arrumam novos empregos quando suas séries de origem são canceladas. O engraçado é que, após tantos anos refém, Sony, Warner e companhia me deram uma espécie de histórico. Bree Van DeCamp, pra mim, sempre será Kimberly Shaw, de Melrose. E daí a mãe da menina velha de Gossip Girls era a quarta mulher do Michael, ex prostituta, também em Melrose. Como eu sinto falta do Aaron Spelling. Ele foi, junto com Ana Nicole Smith, a minha maior perda. Adorava os E! True Hollywood Story com o caso dela. Como ela era louca. Engordava e emagrecia num passe de mágica.

E Heroes recomeçou, já está no terceiro episódio, Peter Petrelli já está causando e eu nem vi nada. Não vi Greys, não vi House, que vergonha.
Em tempo: rezem pela Britney. Sem mais.