domingo, 23 de agosto de 2009

homework

Está tão frio que eu mal consigo pensar. Trouxe trabalho pra casa, e não quero trabalhar. Eu queria era largar tudo na mão da estagiária, que me mandou sms na quinta, dizendo que estava com enxaqueca e ia pro hospital. E não apareceu nunca mais. Então, de um lado eu fico compreensiva, porque a pobrezinha pode realmente estar doente. Do outro lado eu fico achando que ela fugiu para todo o sempre. É possível. E o trabalho que ela devia ter me ajudado a terminar está aqui ao meu lado, na cama, espalhado, enquanto eu estou cheia de cobertores, querendo dormir. As mãos são a única parte do meu corpo expostas. E congelam, agora, enquanto eu digito esse texto, numa clara demonstração de procrastinação. Eu podia ficar só chiando pelos 10º que fazem lá fora, mas a verdade é que eu passei as duas últimas madrugadas zanzando errante por aí, acompanhada de amigos queridos, e nessa hora eu nem tava reclamando do frio, que era tipo o de agora.

Pensei em mandar sms pra ela, perguntando se ela melhorou e se vai trabalhar amanhã. Se eu tivesse essa resposta, guardava cada um dos papéis que me acompanham e ia assistir Will and Grace, e dormir. Mas não, né? Seria por demais psicótico. Chefe ligar no domingo pra saber se a pessoa pretende ir trabalhar na segunda. Não, né? Eu me coloco no lugar das pessoas. E é só isso, o fato de eu me colocar no lugar dos outros, que me impede de sair por aí agindo como a louca que eu, de fato, sou.

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