quarta-feira, 25 de maio de 2011

looping

os poucos que circulam entre os dois lados. os que viajaram pra longe. os que simplesmente estão por aí, e a gente nem sabe de mais nada. os que estão perto, mas cada vez mais distantes, num outro universo. dá saudades daquele tempo em que tudo era puro, e era bom. quando todo mundo achava todo mundo legal, e via qualidades ao invés de defeitos, e queria estar perto, fazer companhia.

não tem mais nada disso, agora. as pessoas são todas estragadas, as relações são todas estragadas. sobra carinho, ainda, mas ele vem com peso, com dor de coração. com mágoa e decepção.

e é tão triste que é quase bonito.

damages, dia 04 de março de 2010

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e na terapia o assunto do momento é o meu desespero em criar laços. em ficar amiga, me aproximar, me tornar importante para as pessoas com as quais eu convivo. algumas das vezes, eu falho miseravelmente. não foi a primeira vez. possivelmente, não será a última. é isso que eu faço. eu crio laços.

laços, dia 16 de março de 2010

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de quando você olhava a outra pessoa e sabia exatamente o que ia ali. de quando a amizade parecia forte, de quando o chão parecia firme.

let go, dia 10 de maio de 2010

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tem essa parte de mim com uma preguiça gigante das pessoas. que começa a conhecer e pensa what's the point?

preguiça, dia 19 de maio de 2010

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mas eu acho que é isso mesmo, a vida. um ajuste de expectativas. eu precisei ajustar as minhas, você precisou ajustar as suas. vida que segue.

mensagem, dia 27 de maio de 2010

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tendo visto se abrir um buraco em volta de mim. tendo visto o amigo se tornar um estranho. a sensação de abandono, de incompreensão. de perder o chão, mesmo.

lidar com essa perda, com esse luto, é coisa que eu faço o tempo todo. todo dia eu acordo e eu tomo de novo essa decisão. de não voltar atrás. de me ajustar à nova realidade. de let go.

descompasso, dia 30 de maio de 2010

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eu sei do que eu sou feita. eu sei o que eu vim fazer aqui. eu sei por que eu me ligo a cada pessoa que eu me ligo, a quem eu me apego. as razões são sempre minhas.

do que se é feito, dia 15 de junho de 2010

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E é isso. Meu coração aberto, isso aqui. Fatiado, um banquete. Eu fico genuinamente feliz quando vejo um comentário de um desconhecido que chegou no blog por acaso dizendo que foi tocado por algo que eu escrevi. Porque eu acredito no que eu escrevo. E eu sei o tanto de verdade que existe em cada palavra que me escorre para os dedos. Mas eu não consigo evitar pensar que a minha vida virou um grande circo de horrores. Em que quem me conhece melhor, quem me conhece mais de perto, quem vem aqui porque eu trouxe, passa batido pelas coisas que eu escrevo, e se concentra no reality show. E busca novidades. Pra se atualizar sobre tudo, sobre as pessoas, a minha pequena novela. 

Vira um teatro. E a sacrificada sou eu.

teatro, dia 10 de julho de 2010

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...deixei de fazer parte de um grupo, de me comportar como a massa, de seguir a corrente. tem sido bom. não esperar que se lembrem de mim, que me chamem. é tudo tão fresco, do lado de cá, onde as expectativas se desfizeram. eu faço as minhas coisas. do meu jeito. não me forço a falar com quem não tenho vontade, não me forço a sorrir pra quem não me arranca sorrisos.

sem título, dia 9 de agosto de 2010

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impressionante como alguns dos meus posts voltam a valer depois de um tempo.

igualzinho, mesma sensação de fim de mundo, muda só o amigo.

:(

4 comentários:

Rozzana disse...

E, ainda assim, é o meu blog favorito.
O mundo não vai acabar. Não hoje. E novos amigos virão.

=*

juliamorena disse...

Kd vc online, hein? :(

Natacha Echkardt disse...

A vontade que eu tenho é de ir aí te dar um abraço e dizer que vai ficar tudo bem.

Fica bem!

paula disse...

faço minhas as palavras de todas as pessoas acima e acrescento algumas...

sabe, acho que a gente 'quase' que aprende algumas coisas, mas no fundo, não quer ter que aprender a mudar o jeito de ser porque as pessoas não correspondem ao que nós desejamos.

e aí que fica sempre uma esperança de elas serão o que nós queremos.

e aí que elas não são.

e sobra isso. um coraçãozinho despedaçado de novo.

a única coisa é que cura mais rápido a cada desilusão. só que a gente se entrega menos, não?

espero que passe logo. =/