saí tarde do trabalho. noite fria, abotoei o casaco e coloquei o fone nos ouvidos. vim pensando nas coisas todas que me aconteceram desde que eu cheguei em são paulo. as reviravoltas de trabalho, o reencontro com meus queridos do rio, há muito perdidos. são paulo me deu aquelas pessoas de volta. a pessoa que eu virei em são paulo me levou de volta praquelas pessoas. a gente andava desencontrado. não mais.
e o som estava alto, e placebo gritava "stupid me to believe that i could trust in stupid you". e eu sorria e andava pela rua, quase que concordando com a letra. não tem como não pensar em todos os laços criados, em todos os laços partidos. são paulo me dá e me tira, o tempo todo. e daí, dá mais um pouco. pra tirar a qualquer momento. quando eu menos esperar, quando eu me apoiar em algo, achando que dá pra descansar, pra fechar os olhos e respirar fundo. o chão some. desparece de debaixo dos pés.
e de repente eu esbarrei em um querido. meu primeiro melhor amigo de são paulo, a primeira pessoa que me apoiou quando eu cheguei aqui. com a briga com a roomie freak, a gente se distanciou, eles sempre foram próximos, eu achei por bem afastar, me proteger. e a gente diminuiu o passo, até parar, de frente um pro outro. e ele tirou os fones, e eu tirei os fones. e a gente se abraçou. e ele me suspendeu do chão, e ficou me segurando, no alto, só um pouco. e não tinha chão nenhum por debaixo dos meus pés. e a gente conversou, e por um tempo foi aquilo de botar a conversa em dia, os dois ainda desconfiados. você sumiu, ele disse, quase magoado. eu sumi. ele estava certo.
e eu tentei explicar que aquele processo todo acabou me fazendo mais mal do que devia, e que eu precisei me afastar mesmo de tudo aquilo. mas que eu não tinha nenhum sentimento ruim pela roomie freak. que eu esperava que ela estivesse bem. há alguns dias eu soube que ela perdeu o pai, e eu fiquei verdadeiramente sentida. e eu quis ligar, mas não cabia, porque ela podia considerar uma afronta. ela iria considerar uma afronta. ele disse. ela não gosta de você. e nem essa afirmação me afetou. é um problema dela, pra ela resolver na cabeça dela. e eu espero que ela consiga. eu queria poder cumprimentá-la se a gente se esbarrasse no supermercado, por exemplo.
e deu saudades do comecinho, antes de ela me odiar, quando a gente era gentil. quando os amigos eram todos em comum, e ninguém pensava coisas ruins sobre os outros. quando a gente se concentrava nas festas, nos passeios pelo bairro. hoje, tudo dividido. os que vieram comigo, os que ficaram com ela. os poucos que circulam entre os dois lados. os que viajaram pra longe. os que simplesmente estão por aí, e a gente nem sabe de mais nada. os que estão perto, mas cada vez mais distantes, num outro universo. dá saudades daquele tempo em que tudo era puro, e era bom. quando todo mundo achava todo mundo legal, e via qualidades ao invés de defeitos, e queria estar perto, fazer companhia.
não tem mais nada disso, agora. as pessoas são todas estragadas, as relações são todas estragadas. sobra carinho, ainda, mas ele vem com peso, com dor de coração. com mágoa e decepção.
e é tão triste que é quase bonito.
e o som estava alto, e placebo gritava "stupid me to believe that i could trust in stupid you". e eu sorria e andava pela rua, quase que concordando com a letra. não tem como não pensar em todos os laços criados, em todos os laços partidos. são paulo me dá e me tira, o tempo todo. e daí, dá mais um pouco. pra tirar a qualquer momento. quando eu menos esperar, quando eu me apoiar em algo, achando que dá pra descansar, pra fechar os olhos e respirar fundo. o chão some. desparece de debaixo dos pés.
e de repente eu esbarrei em um querido. meu primeiro melhor amigo de são paulo, a primeira pessoa que me apoiou quando eu cheguei aqui. com a briga com a roomie freak, a gente se distanciou, eles sempre foram próximos, eu achei por bem afastar, me proteger. e a gente diminuiu o passo, até parar, de frente um pro outro. e ele tirou os fones, e eu tirei os fones. e a gente se abraçou. e ele me suspendeu do chão, e ficou me segurando, no alto, só um pouco. e não tinha chão nenhum por debaixo dos meus pés. e a gente conversou, e por um tempo foi aquilo de botar a conversa em dia, os dois ainda desconfiados. você sumiu, ele disse, quase magoado. eu sumi. ele estava certo.
e eu tentei explicar que aquele processo todo acabou me fazendo mais mal do que devia, e que eu precisei me afastar mesmo de tudo aquilo. mas que eu não tinha nenhum sentimento ruim pela roomie freak. que eu esperava que ela estivesse bem. há alguns dias eu soube que ela perdeu o pai, e eu fiquei verdadeiramente sentida. e eu quis ligar, mas não cabia, porque ela podia considerar uma afronta. ela iria considerar uma afronta. ele disse. ela não gosta de você. e nem essa afirmação me afetou. é um problema dela, pra ela resolver na cabeça dela. e eu espero que ela consiga. eu queria poder cumprimentá-la se a gente se esbarrasse no supermercado, por exemplo.
e deu saudades do comecinho, antes de ela me odiar, quando a gente era gentil. quando os amigos eram todos em comum, e ninguém pensava coisas ruins sobre os outros. quando a gente se concentrava nas festas, nos passeios pelo bairro. hoje, tudo dividido. os que vieram comigo, os que ficaram com ela. os poucos que circulam entre os dois lados. os que viajaram pra longe. os que simplesmente estão por aí, e a gente nem sabe de mais nada. os que estão perto, mas cada vez mais distantes, num outro universo. dá saudades daquele tempo em que tudo era puro, e era bom. quando todo mundo achava todo mundo legal, e via qualidades ao invés de defeitos, e queria estar perto, fazer companhia.
não tem mais nada disso, agora. as pessoas são todas estragadas, as relações são todas estragadas. sobra carinho, ainda, mas ele vem com peso, com dor de coração. com mágoa e decepção.
e é tão triste que é quase bonito.
5 comentários:
A coisa mais triste e mais linda q vc já escreveu. :~
passei pela mesma situação. amigos que ficaram de um lado, e amigos que ficaram do outro. tudo isso porque o ódio nasceu. mas tudo era tão bonito e simples no começo... e me faz falta. dói encontrar quem já foi um grande amigo um dia na rua, e ele passar reto.
sei lá. me identifiquei. e fiquei triste.
Ah, cara. Placebo. Dia 17. Placeeebo.
Onde eu tava? Hã.
Isso de eu queria poder cumprimentá-la se a gente se esbarrasse no supermercado, por exemplo. é uma coisa tão Neutron. Heh. Eu penso assim, também. Se esbarrar com a pessoa ali, perto das uvas, queria poder dar um oi. E sorrir. Quem sabe, pelo menos, um aceno de cabeça...
ainda q mesmo sem a pureza e jah infectado pelo q essa cidade provoca, eu faco parte dessa historia. e o melhor eh q o papel dos personagens se revezam, vc se coloca no papel principal, q serve tanto p/ mim e p/ todos que andam por ai...
Eu só queria te agradecer por não ter se estragado e por dar tanta força em todos os sentidos da vida pra uma amiga que é gente tão preciosa na vida de tanta gente. :)
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