quarta-feira, 10 de março de 2010

a menina de cabelos vermelhos ataca novamente

Todo mundo sabe que não é de hoje que a menina de cabelos vermelhos não me desce pela goela. O que começou com uma antipatiazinha gratuita lá no passado longínquo, se transformou em aversão e horror nos tempos de oficina colorida, e se mantém como aversão e desprezo na firma colorida - segunda temporada. Com a diferença que o fã clube ganhou adeptos, e é sempre muito divertido arranjar histórias mirabolantes pra fugir dela no almoço. A criatura não percebe que não é bem-vinda. Não. Percebe. Ela não pode ser assim tão cheia de super poderes, já que uma coisa simples, percepção do ambiente que a rodeia, falha tão miseravelmente.

E eu coloquei as minhas sapatilhas com brilho pra vir trabalhar hoje. E cheguei no trabalho com bolhas nos dois pés, e passei a manhã fazendo discursos no twitter sobre os meus direitos de ter sapatos bonitos e ir trabalhar com eles, sem ter a pele arrancada pelas dez quadras de trajeto.

E não é legal vir no sol. Eu quero meu carro comigo. E todo o meu discurso era baseado nisso. Em quanto eu quero que a minha vaga no estacionamento da firma chegue logo, pra eu poder dar adeus a essa vida carbon free, e vir de carro, e usar saltos e sapatilhas fofas.

No almoço, o assunto se estendeu. Na verdade, o almoço ficou tenso na hora em que a porta do elevador se abriu e a menina de cabelos vermelhos estava lá. Ninguém nunca convida. E ela sempre se insere. Houve uma época em que eu via as pessoas querendo almoçar com ela. Hoje, eu vejo caras torcidas, e desconforto. Elvis has left the building.

Eu estava no almoço com meus amigos. E o assunto voltou para as bolhas, e eu repeti que queria meu carro. A menina de cabelos vermelhos começou a dizer que pensou em comprar carro, mas fez as contas e desistiu. E que ela não precisa de carro, e que ela faz tudo andando, e bla bla bla whiskas sachê, couldn't care less.

O assunto continuou, e eu disse que não me estressava com trânsito, porque as minhas distâncias eram curtas. E ela resolveu me dar lição de moral. Ahn. É, porque você não precisa, de fato, ir de carro, porque você pode muito bem percorrer essas distâncias a pé. Gente. Lição de moral. Socorro. Eu respondi. Exatamente. Eu não preciso. É uma escolha minha, e que eu faço.

Climão.

Chego na mesa e tem twit dela, aquela criaturinha adorável.

"Eu consigo andar a pé sem perder o estilo, obrigada. #pedestrepride"


Ao que eu respondo, né?

"Estilo é outra coisa. i'm sorry."


Eu nem vou começar a discutir com ela o que é estilo. Se meter no almoço dos outros não é estilo. Ser indelicada com as pessoas não é estilo. Armar a demissão de dois co-workers não é estilo. Comentar, quando um co-worker falta o trabalho, que se ele tiver morrido é bom avisar logo, porque ela já tem uns dois amigos pra botar no lugar não é estilo. Pintar o cabelo de cor mercúrio cromo toda segunda feira, porque na sexta a tinta já desbotou e ficou laranja não é estilo. Deus mata um panda bebê a cada vez que ela pinta o cabelo daquela cor radioativa. Ela só usa sapato de plástico. Nada biodegradável. Não é estilo.

No final, todos concordaram. Ela não é bem-vinda. E não será mais.

I win.

4 comentários:

Senior disse...

AHUAHUHAUHUAHAUHU mt bom!

Ana Martins disse...

Mandar email na véspera de feriado não é estilo.

Fabricio Braga disse...

Sensacional!

Luiz com Z disse...

Cara, igualzinho ao meu pai. O antipublicitário em pessoa.