quinta-feira, 4 de fevereiro de 2010

o outro galerê

do meu lado, na baia seguinte, tem esse outro galerê. quando eu cheguei, as pessoas vinham me dar as boas vindas e diziam. desculpa o pessoal. não repara no pessoal. well. eu cheguei fofa. eu não tava preocupada com o pessoal.

agora eu estou entendendo tudo.

tem um menino legal. UM. ele é japonês, e senta do meu lado, quase, do outro lado da baia. fizemos integração juntos, o que permitiu a passagem ao estágio seguinte. ois e tchaus, sorrisos e small talk no elevador. em volta dele tem um mundo de mulher.

todas insuportáveis.

uma é loura, e diz daniel que ela é a virgem da firma colorida. e eu. deixa a garota em paz, é direito dela, e coisa e tal. por que vocês ficam fazendo isso? e ele. alô. ela CHEGOU anunciando que era virgem. statement.

parei de defender. porque, né? too much information.

daí ela é chamada de miss itaquera. e eu não sou muito entendida de são paulo pra sacar o que exatamente é itaquera, mas eu arrisco que seja um bairro da zona leste. fiz a analogia pra algo em torno de miss méier. ela tem o cabelo bem comprido, meio barbie, e a voz bem estridente, meio xuxa. ela acaba de botar silicone no peito, e todo mundo sabe disso. porque ela berra a informação.

tem essa outra. antes de eu entrar, o daniel me mandou uma foto cortada, dizendo que ia quebrar a minha teoria das covinhas. ERA UMA FOTO DELA. ela tem covinhas, e é insuportavel. grita, faz show, parece que quer o tempo todo chamar a atenção do andar.

tem outra. uma vez, no meu segundo dia de firma, eu parei num sinal farol a mais ou menos 500 metros de distância, pra atravessar a rua e chegar aqui. uma garota com a pele horrível, e o cabelo bizarro, parou do meu lado. ela estava bem maquiada, mas de um jeito ERRADO. ela estava com um saltinho desses que fazem um desserviço se você precisa andar, na vida em geral. e um vestido NUDE. ela tem cor nude. eu sou branquela e p[álida, eu não posso usar nude. *invejinha de quem pode*. eu acho lindo, mas conheço minhas limitações. ela deveria conhecer as dela. pra completar o vestido nude, o tecido era ERRADO. fininho, tipo viscolycra, daqueles que marcam TUDO que você pode imaginar. cada celulite. ela é magra, esse não era o problema. o problema era a calcinha. era fio dental, e o vestido marcava inteira. eu fiquei bem horrorizada. isso foi na rua, e qual não foi a minha surpresa ao descobrir que ela chegou comigo, subiu no elevador comigo, desceu do elevador comigo, e sentou na baia ao lado. ah. outro detalhe. ela tem a parte debaixo do cabelo descolorida. tipo querendo forçar uma vibe moderninha, mas ERRADA.

essa completa o trio de insuportáveis da baia ao lado. juntou as três, eu quero morrer. juntou as três em volta do menino japonês querido, eu quero matar e salvar a vida dele.

agora eu entendo o "desculpa o pessoal".

Nenhum comentário: