Então. Percebo que cometi um erro básico. Eu estou lidando com ele esperando que ele siga um determinado padrão de comportamento. E eu não sei se ele percebeu isso, mas fato é que ele começou a fazer tudo ao contrário. Arrisco dizer que de propósito. Meu aniversário foi um belo exemplo disso.
Vou contar.
Recapitulando. Ele tinha aparecido perguntando do aniversário e eu super fiz charminho, dizendo que claaaaro, eu super ia convidar. well. não convidei. Estava numa reunião quando ele me mandou uma mensagem, perguntando se o aniversário era naquele dia mesmo, e onde seria. Eu respondi e, novamente fazendo graça, perguntei se ele iria aparecer.
Que fique claro. Eu não queria que ele fosse no meu aniversário. Eu queria, sim, que ele aparecesse no final da festa, e aí, quem sabe, eu sairia com ele. Escondido. Eu estava tranquila, certa de que ele não apareceria no meio da festa, pra não se expor. Ele nunca se expõe. Ninguém sabe. Ninguém vê. Certo?
Errado.
Eu estava no meio de Mr. Brightside, já meio bêbada, quando o vi atravessando o salão. Demorei a reconhecer. Miopia misturada com vodka, agravada pelo fato de que eu nunca o vejo à distância, assim, andando, se movendo. Meu ângulo costuma ser muito mais próximo. Close up. Ele atravessou o lugar e se sentou com meus amigos. E eu perdi o tom, perdi o rumo. Fiquei mesmo sem saber o que fazer.
Acabou a música, eu fui cumprimentar. Beijo no rosto, civilizado. Ele agarrou a minha cintura e tentou me beijar. Eu desviei, ele me mordeu a bochecha e debochou da minha cara de choque, dizendo que eu estava muito comportada.
Eu perguntei. Você está louco? São os meus amigos. O que você esperava?
Ele riu. E debochou novamente. E enquanto eu, de pé ao lado dele, conversava com uns amigos, ele agarrava a minha perna, e me dava beliscões. Juro. Resolvi mandar um sms, dali mesmo. Mandei ir lá pra fora, e me encontrar. Hohoho. Ele foi. Eu estava indo, logo atrás. Eis que uma voz me chama. Era a minha vez de cantar Total Eclipse of the Heart. Voltei. Cantei. Enquanto eu cantava, ele me mandava sms. Onde você está? Eu respondi. No palco.
Finalmente lá fora, falamos pouco. Eu estava constrangida. Ele perguntou se eu não queria que os meus amigos nos vissem juntos. Eu disse que não.
parêntesis. e eu não quero mesmo. eu tenho vergonha de ser vista com ele. ele não é legal, repito. além disso, tirando o fato de que sim, ele tem o seu charme e um rosto bonito, ele não é o tipo de cara que me atrai. não é alto, o cabelo começa a implorar por um corte, a barba maior do que devia ser permitido. um visual todo largado. uma arrogância disfarçada, eu sou bom demais pra todos vocês. não curto. fecha parentesis.
Acabamos concordando que do jeito que as coisas estavam era mais simples. Até porque não há nada a ser dito. Não há nada a posicionar. Não nos encontramos socialmente. Não somos amigos.
E eu comecei a me dar conta de que o cretino tinha feito de propósito, MESMO. Que ele foi lá pra me expor, enquanto ele permaneceria totalmente protegido. E ainda serviu pra fazer graça, pagando de gatinho para os meus amigos, que conhecem e interagem socialmente com ele.
Ele começou a insinuar que eu podia sair da festa com ele, eu cortei. Meu aniversário. Acorda. E então ele começou a fazer mimimi, dizendo que precisava acordar cedo, e que tinha não sei o que pra fazer não sei aonde, e não podia demorar. Eu perguntei. Por que você veio, afinal? Vá pra casa, vá dormir. Ele disse. Eu vou. E foi. Acompanhei até a calçada, nos despedimos e eu voltei bem a tempo de cantar Bon Jovi com meus queridos.
Chegando em casa, percebi que, como se não bastasse todo o resto, o espertinho tinha mexido na minha cãmera, e configurado para o modo manual. E não avisou ninguém. E todo mundo continuou fotografando como se ela estivesse no automático. E não sobrou UMA foto boa pra contar a história.
#fail
2 comentários:
Meu pensamento primeiro foi um palavrão que eu não vou escrever aqui, mas que descreve bem o tipo.
filho da puta.
eu não olhava mais na cara, meu bem. ele é do tipo vingancinha mesquinha. corra para as montanhas, dê perdido. ele não vale a pena, nem para pisar.
desculpa a intromissão, foi mais forte do que eu.
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