eu começo a falar do menino de olhos azuis, e da ideia das coisas serem assim, sem compromisso, sem expectativas, com um tentando dar xeque-mate no outro. freud começa a questionar as minhas reais intenções, e diz que eu posso me machucar. hello. a gente sempre se machuca. a diferença é as regras do jogo estarem claras, desde o início. dessa vez, estão. eu não vou me envolver, eu sei bem o tipo de pessoa com a qual estou lidando. e, sim, eu quero continuar lidando com isso. é escolha. não é tipo outro tipo de história que o cara se mostra apaixonado, você cai como um patinho e assiste, despedaçada, ele dizer que não é bem assim, que não pretendia que as coisas se tornassem sérias. nesse caso, não há aviso. é meio armadilha, mesmo. com o menino de olhos azuis, não tem armadilha. eu saio com ele quando eu quero. ele sai comigo quando ele quer. ninguém fica esperando telefonema no dia seguinte. ninguém espera nada. é combinado assim.
freud franze a testa. eu olho, e pergunto se ele está me julgando. freud diz que não, mas que precisa me mostrar todos os prós e contras, me fazer enxergar todos os desdobramentos que a história pode ter. que eu não controlo nada. eu não controlo, in deed. eu sei que eu não controlo. mas eu estou me divertindo. não é vingança, não é só dar a volta num cara que costuma dar a volta em garotas como eu. é mais que isso. é experimentar ser de um outro jeito, ser uma pessoa que não faz drama, que não cria expectativas, que aproveita o momento. esse é o desafio, aqui. sejamos sinceros. eu já sabia onde isso ia terminar. eu já sabia que isso terminaria com ele conseguindo o que quer, o que quis desde o primeiro segundo. e, ok, eu também quero. quero ver qual é, o que tem de tão especial esse menino vazio. mas que sabe direitinho o que fazer quando não está preocupado com a própria imagem refletida no espelho.
e freud ali, testa franzida. eu encarei, sorri de leve e disse. por que você não me diz o que realmente pensa? é por isso que existe o divã, não é? não é pelo paciente. é por vocês. o divã protege vocês da nossa expressão inquisidora, e vocês podem, finalmente, falar o que realmente pensam.
dra freud sorriu. e disse. então, minha querida, na próxima semana você vai se deitar, de costas pra mim.
pânico. eu não quero me deitar de costas pra ela. eu gosto do olho no olho. de controlar aquele espaço, espalhar as almofadas de forma que eu esteja confortável. eu acho que ficar de costas me deixaria vulnerável. talvez tenha sido isso. eu começo a não estar vulnerável naquele divã, sentada, frente a frente com quem me analisa.
e, aparentemente, isso acaba de me ser tirado.
divã é simbólico demais. não sei se eu dou conta não.
freud franze a testa. eu olho, e pergunto se ele está me julgando. freud diz que não, mas que precisa me mostrar todos os prós e contras, me fazer enxergar todos os desdobramentos que a história pode ter. que eu não controlo nada. eu não controlo, in deed. eu sei que eu não controlo. mas eu estou me divertindo. não é vingança, não é só dar a volta num cara que costuma dar a volta em garotas como eu. é mais que isso. é experimentar ser de um outro jeito, ser uma pessoa que não faz drama, que não cria expectativas, que aproveita o momento. esse é o desafio, aqui. sejamos sinceros. eu já sabia onde isso ia terminar. eu já sabia que isso terminaria com ele conseguindo o que quer, o que quis desde o primeiro segundo. e, ok, eu também quero. quero ver qual é, o que tem de tão especial esse menino vazio. mas que sabe direitinho o que fazer quando não está preocupado com a própria imagem refletida no espelho.
e freud ali, testa franzida. eu encarei, sorri de leve e disse. por que você não me diz o que realmente pensa? é por isso que existe o divã, não é? não é pelo paciente. é por vocês. o divã protege vocês da nossa expressão inquisidora, e vocês podem, finalmente, falar o que realmente pensam.
dra freud sorriu. e disse. então, minha querida, na próxima semana você vai se deitar, de costas pra mim.
pânico. eu não quero me deitar de costas pra ela. eu gosto do olho no olho. de controlar aquele espaço, espalhar as almofadas de forma que eu esteja confortável. eu acho que ficar de costas me deixaria vulnerável. talvez tenha sido isso. eu começo a não estar vulnerável naquele divã, sentada, frente a frente com quem me analisa.
e, aparentemente, isso acaba de me ser tirado.
divã é simbólico demais. não sei se eu dou conta não.
3 comentários:
o divã é simbólico sim e um mal/bem necessário. a idéia dele é te deixar mais vulnerável mesmo, não à sua analista, mas à você. é outra história, é outro nível de análise. se você não der conta, volta pra poltrona, não é assim que funciona com tudo na vida?
aguardo freud da semana que vem.
Olá Ç! Nunca comentei aqui, mas gosto muito do seu blog. Sendo assim, decidi me manifestar diante desta perigosa perigosa situação na qual vc está se metendo.
Não sou nenhuma Dra. Freud, mas devo dizer que concordo plenamente com ela. Para mim, vc está se enganando querendo achar que não está nem aí pra esse moço, que quer mesmo é curtir e se libertar de seus paradigmas. No fundo, no fundo, vc quer pagar pra ver se com vc será diferente. Se por vc ele vai se apaixonar e deixar de ser este heart breaker sem consideração pelo sentimento alheio.
Devo te dizer que já me meti em uma situação muito parecida e no fim das contas me fodi legal. Posso estar redondamente enganada, porque afinal não te conheço, mas para mim isso está cheirando ao mal que acomete a maioria das mulheres: achar que podem mudar um homem. Cuidado! Não se engane e entenda que, como a Dra falou, vc não controla nada.
Bjos e boa sorte!
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