sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Roomate do demo ¬¬

Terça-feira, algo entre 19h30 e 20h30.

"Eu não gosto da minha roomate"

A frase saiu num pulo, cuspida, e foi um susto. Logo antes eu estava arranjando desculpas, porque é isso que eu faço. Fulana não é ruim, ela é difícil. Ela não fala comigo, mas é só porque é o jeito dela, mesmo. Ela aperta a pasta de dente no meio porque é desligada. Ela tem problemas sérios na família, sabe como é. Eu acabo sendo vítima do mau humor e grosseria porque, assim, estou no caminho.

A questão é. Minha roomate e eu nunca fomos amigas. Podíamos ter virado, mesmo não sendo parecidas. Eu tenho amigas diferentes de mim e a troca é sempre muito rica. Well. Essa troca jamais aconteceu. Primeiro eu lamentei, porque é mesmo uma droga morar com uma pessoa que você mal conhece. Depois eu tentei não ligar, porque afinal de contas, beleza, a gente nem era assim tão próxima. Depois voltou a me incomodar, mas continuei administrando.

O tempo passou e de 3 meses pra cá as coisas ficaram piores. O que antes era pouco assunto, virou assunto nenhum. As poucas perguntas que eu ainda insistia em fazer, pela boa convivência, nem respostas ganhavam. E fez-se o silêncio. Tratei de me organizar pra esbarrar menos nela, pra não ficar no caminho, minimizar os atritos. Recuei, o que foi um erro. Ela acabou avançando, e ocupou espaços, e eu passei a ser hóspede na minha propria casa. Freud disse que era absurdo, e eu passei a me estatelar no sofá roxo, meio da sala. Oi? Eu moro aqui. Conviva comigo, ou mude-se.

Não é questão de eu ser ou não ser legal, ou de ser uma mala sem alça. Ela PODE não ir com a minha cara. Claro que pode. Não sou unanimidade, nunca fui. Ela nem é o tipo de pessoa que acontece de eu querer que vá com a minha cara. Porque eu não acho que a gente seria amiga, circunstâncias outras. Beleza, já entendi essa parte, move on. Mas eu acho o fim da picada dividir um espaço com uma pessoa que não apenas não faz questão de ser legal, mas que faz ABSOLUTA questão de não ser legal com você.

E eu tava lá, arranjando desculpas. Mas não mais.

Freud me fez olhar pra situação com clareza. Eu não gosto dela, não gosto de dividir espaço com ela, não gosto da cara de cu dela, não gosto da grosseria, e nem da falta de respeito e cuidado com um espaço que também é meu. Dito isso, darei início a um novo reality show. The search for the next roomate.

Sou exigente não. Quero pessoa humana, só isso. Alguém que seja capaz de sentar do meu lado e discutir a novela do Manoel Carlos, que interaja, que tenha sangue nas veias, brilho nos olhos, sorriso nos lábios. Pessoa fácil, que a vida já anda difícil por demais.

stay tuned.


Recapitulando.
  • Me deu unfollow no twitter, clara demonstração de absoluto desiteresse no que eu tenho a dizer.
  • Parou de falar comigo pra sempre, sem motivo aparente, na vida real mesmo.
  • Não estabelece contato visual. Fica de costas pra mim, na janela, fumando e contemplando o horizonte inexistente.
  • "Nada, gata, impressão sua." como resposta sonsa, acompanhada de sorrisinho disgusting, nas 2 fucking vezes que eu perguntei se havia acontecido alguma coisa.
  • Chegou bebada em casa com uma galera, numa quinta feira 1h30 da madrugada, quando eu tinha reunião logo cedo no dia seguinte. Me acordou com o barulho, acabou com meu vinho e um dos malucos ainda vomitou pela janela, no meu carro. Desculpas? Não trabalhamos.
  • Bilhete na porta, hoje de manhã. "Gata, esqueci de avisar, duas amigas estão chegando e ficam até o domingo". Não me avisar que DUAS fucking pessoas estarão na minha fucking casa é absoluta falta de respeito, na minha humilde opinião. Porque eu podia estar planejando algo, veja bem. Nem estou, vou viajar, mas não me avisar foi o cúmulo da falta de cuidado.
¬¬

7 comentários:

Losille disse...

Eu tava conduzindo uma situação da mesma forma. Uma pessoa simplesmente parou de falar comigo e eu fiquei me sentindo culpada, pensando se fiz algo de errado, tentando consertar algo que nem sabia o que era. Tentei saber o que houve mais de uma vez ("não aconteceu nada"). Depois liguei (fui ignorada), deixei DM (ignorada), procurei no gtalk (ignorada), já tentei achar no msn (bloqueada). Não sei mais o que fazer, fiquei super mal porque, ao contrário do que acontece com vc, eu gosto da pessoa pra caramba. Mas é aquela história, eu não posso fazer mais nada se a pessoa simplesmente decidiu que não gosta de mim. Eu só posso sentir muito.

Enfim, põe essa louca pra correr logo daí. Vc não precisa disso.

Boa sorte com próxima ;)

Livia S. disse...

O fato de ter alguém que não possa avaliar, conversar e discutir a novela de Maneco com vc, já me faria procurar outra roomate.
Por favor, né?! Isso é questão de convivência básica.

Vc não pensou na possibilidade de mudar de apartamento ou pedir pra ela se mudar? Há condições disso acontecer? Pq viver assim deve ser muuuuito chato e desgastante.

Beijos

Menina Dedê disse...

Se quiser, eu discuto novela do Manoel Carlos com você. Começando com a trilha sonora e os lindos efeitos da abertura. Por MSN ou por gmail.

Caaara, pasta de dente apertada no meio me irrita. Mas aprendi a deixar pra lá.

Tenho experiência com roommate blé. Também resolvi deixar pra lá porque nesse vida tudo passa. Barulho de madrugada? Louça suja? Ter que sair da sala porque precisam jogar videogame na hora que estou vendo minha novela? Me considerarem burra? Sim, pra todas as perguntas acima. Mas resolvi deixar pra lá porque eu não posso esperar que gostem de mim. E vice-versa. Difícil.

Minhas condolências.

Senior disse...

Wait for me!

Julia disse...

Wait for me! [2]

Leila disse...

a roomate que não se dá bem contigo trará duas pessoas e você vai viajar? tranque a porta do seu quarto, gata. sério.

velma disse...

Wait for me! [3 and counting...]

não falta pari pipow querendo morar com você garota.