a ideia é ser mais blasée. eu ando um pouco cansada dos extremos. eu fervo ou gelo, minha mãe sempre diz. dra freud falou, outro dia, você é passional demais. você, no caso, era eu.
eu sou passional demais.
o pior é que ela está certa. eu faço drama pra qualquer coisa, eu levo tudo às últimas consequências, eu sempre acabo arrasada, pro bem ou pro mal. eu choro até dormir, eu fico magoada de morte, eu me sinto injustiçada se as coisas não acontecem do jeito que eu quero. eu falo demais. escrevo mais do que devo, sobre coisas que talvez eu não devesse. me sinto facilmente rejeitada, destinada ao abandono. por meninos bonitos, por amigos, tudo e todos. tenho crises de ansiedade, me acho feia, burra, errada. como se fosse sorte as pessoas ainda me rodearem. acabo mais passive agressive do que eu deveria, o exato passive agressive que eu odeio enxergar nas pessoas, mas que eu faço igualzinho. medo de aborrecer, medo de desagradar, de ser desaprovada. em 2010 eu guardei essas coisas todas e vivi essa outra vida, que foi boa, foi ótima. mas eu não aprendi a desapegar desses sentimentos. então eu flanei lindamente como se nada disso existisse.
mas existe. está aqui.
eu sempre achei que eu fosse racional.
sempre achei que eu estava priorizando trabalho porque isso era o importante, e que depois todo o resto se resolveria. e eu evitei me encantar com meninos durante tanto tempo. foco no trabalho, eu pensava. ninguém é bom o suficiente, que valha o esforço, o desgaste. na verdade, tem um monte de gente que vale o esforço, que vale o desgaste. eu é que não sou pessoa talhada pra esse tipo de vida. por causa do drama. eu desmorono fácil. pareço feita de areia. basta encostar. basta não ligar. basta eu achar que fui abandonada, de novo e de novo. eu sou passional demais. eu não lido com abandono. não sou nada adulta pra isso. não sei sobreviver a isso, como todos os outros fazem, e seguir a vida, e não pensar. eu penso.
aos 31 anos, eu já devia saber lidar com essas questões. entender que nem sempre é pessoal, que nem sempre as pessoas me machucam de propósito. que nem sempre elas se importam, e nada disso é porque há algo que eu tenha feito de errado. é porque é assim que é a vida. e eu já devia saber que a vida é assim, a essa altura do campeonato.
acontece que eu não sei. e ser blasée é o exercício que eu me proponho, numa tentativa de me proteger do resto todo. do peso das coisas. do peso que as coisas não precisam ter. mas que eu ponho, toda vez. se eu conseguir ser blasée, então as coisas poderão ser mais leves. e eu não vou sair tão machucada, sempre. e eu não vou me rasgar no blog, e nem na vida. eu vou ter achado um ponto de equilíbrio, um meio-termo.
5 comentários:
'guentei só comentar não, tive que linkar e escrever muito mais. http://putissimatrindade.blogspot.com/2011/01/dona-de-mim.html
perfeito ^^
Me identifico tanto.
Sabe que nesse ano, quer dizer, ano passado, depois de descobrir que dá pra se apaixonar de novo, eu descobri que também é possível ser abandonada de novo. e quando você diz que não consegue esquecer, que pensa, eu me identifico porque sou desse jeito. eu revejo os detalhes. a minha dra. freud uma vez me disse que eu levo as palavras das pessoas a ferro e a fogo. que eu faço contratos com essas palavras e que diante da impossibilidade de tais contratos serem cumpridos, eu me frustro. bem, esse ano eu não quero me envolver. eu não quero nada disso. eu quero viver a minha vida com calma. eu não quero esperar nada de ninguém.
a minha dra. freud sempre diz que a gente não pode cair nessas de pensar que quando magoam a gente tavam ali bolando um plano desde o começo "ahá, essa aí vou magoar". mas é tão difícil não pensar que é pessoal, né, ainda mais quando a gente é magoada vez depois de vez depois de outra vez.
Minha meta pra 2011 é conseguir ler um texto, onde fale realmente quem vc é, como esse, e não chorar!
Sempre me vejo em vc.
Adoro o que escreve!
Feliz 2011
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