Eu tenho pensado muito, muito nisso, esses dias. É engraçado como a cabeça dá voltas e para sempre em lugares parecidos. Ou tudo parece virar um sinal. Eu estava olhando o reader e essa imagem me apareceu. Quem postou não fui eu. Foi ela. Até pensei em deixar um comentário lá, mas me dei conta que meu comentário seria um post. O post que tem estado em looping dentro da minha cabeça, há mais tempo do que eu posso imaginar. O post que talvez não tenha, até agora, achado as palavras certas para me escorrer para os dedos. Ontem, pelo twitter, uma amiga querida disse que lembrou de mim e da minha teoria dos pacotes. Porque tinha lido um texto a respeito. Um texto que falava que um comerciante de pedras preciosas, ao comprar um lote, deveria se ater às gemas defeituosas. Porque as melhores gemas, essas serão sempre maravilhosas, e serão facilmente vendidas. Mas que a decisão de compra do lote deve ser tomada após cuidadosa análise das gemas ruins, feias. Deve-se pensar em como elas podem ser trabalhadas, o que de bonito pode ser extraído delas. The perfect gemstones are blinding. E eu já vinha pensando nisso. No quão sofrido é quando a gente acha gente que gosta da gente, ou que diz gostar, mas impõe condições, aponta os defeitos. E eu fico pensando que num mundo perfeito, esse tipo de coisa não existiria. Você se cerca de gemas perfeitas, ou do que enxerga de perfeito nas gemas, e passa a apontar o dedo, e empurrar pra longe tudo aquilo que não brilha, ou que você não vê brilhar.
Eu penso que o bonito é abraçar qualidades e defeitos, sempre. Aceitar, entender, trazer pra perto. Sabe amor incondicional? Amizade incondicional. Eu tenho essa ilusão. De que num mundo perfeito as pessoas se entendem, basta olhar. Não funciona assim. Eu sei. Viver nessa ilusão me arranca pedaços todos os dias. No final do brilho eterno de uma mente sem lembranças, por exemplo. Quando o Joel e a Clementine estão se dando conta de que os defeitos deles afastaram os dois. E ela fala que ele parece velho, e é rabugento, e que ele fez com que ela se achasse chata. E quando ele diz que acha ela ignorante, e que disfarça a falta de autoestima nas cores berrantes no cabelo, e que ela usa sexo pra fazer as pessoas gostarem dela. E os dois estão em silêncio, ouvindo as fitas, quase sem poder se encarar. Porque se machucaram demais, e não parece mesmo haver caminho de volta. E ela sai pelo corredor, e ele vai atrás, e pede que ela espere, e que fique ali com ele, um segundo. E estão os dois, cada um encostado numa parede, frente a frente. Um olhando para os defeitos do outro. Duas gemas estragadas, ruins, defeituosas. Ele diz que não vê nada que ele não goste nela, naquele instante. E ela diz que ele irá. Ele irá, eventualmente. Porque é isso que acontece. E ele diz okay. E ela diz okay. E eles riem.
Eu estou um pouco esgotada, sabe? Eu fico olhando de longe. Imaginando onde é que estão as pessoas que pensam assim como eu. Que toleram mais do que atacam. Que dizem okay, com lágrimas nos olhos, te aceitando do jeito que você é. No matter what. As gemas perfeitas cegam. E é fácil achar gemas perfeitas. Não há mérito nenhum nisso. Mérito está em aceitar as pessoas assim como elas são. Amor que impõe condições não é amor. Amizade que impõe condições não é amizade.
Eu penso que o bonito é abraçar qualidades e defeitos, sempre. Aceitar, entender, trazer pra perto. Sabe amor incondicional? Amizade incondicional. Eu tenho essa ilusão. De que num mundo perfeito as pessoas se entendem, basta olhar. Não funciona assim. Eu sei. Viver nessa ilusão me arranca pedaços todos os dias. No final do brilho eterno de uma mente sem lembranças, por exemplo. Quando o Joel e a Clementine estão se dando conta de que os defeitos deles afastaram os dois. E ela fala que ele parece velho, e é rabugento, e que ele fez com que ela se achasse chata. E quando ele diz que acha ela ignorante, e que disfarça a falta de autoestima nas cores berrantes no cabelo, e que ela usa sexo pra fazer as pessoas gostarem dela. E os dois estão em silêncio, ouvindo as fitas, quase sem poder se encarar. Porque se machucaram demais, e não parece mesmo haver caminho de volta. E ela sai pelo corredor, e ele vai atrás, e pede que ela espere, e que fique ali com ele, um segundo. E estão os dois, cada um encostado numa parede, frente a frente. Um olhando para os defeitos do outro. Duas gemas estragadas, ruins, defeituosas. Ele diz que não vê nada que ele não goste nela, naquele instante. E ela diz que ele irá. Ele irá, eventualmente. Porque é isso que acontece. E ele diz okay. E ela diz okay. E eles riem.
Eu estou um pouco esgotada, sabe? Eu fico olhando de longe. Imaginando onde é que estão as pessoas que pensam assim como eu. Que toleram mais do que atacam. Que dizem okay, com lágrimas nos olhos, te aceitando do jeito que você é. No matter what. As gemas perfeitas cegam. E é fácil achar gemas perfeitas. Não há mérito nenhum nisso. Mérito está em aceitar as pessoas assim como elas são. Amor que impõe condições não é amor. Amizade que impõe condições não é amizade.
"I'm selfish, impatient and a little insecure. I make mistakes, I am out of control and at times hard to handle. But if you can't handle me at my worst, then you sure as hell don't deserve me at my best."
Marilyn Monroe
4 comentários:
Vivemos em mundo imperfeito que nos impõe perfeição. Tenho aprendido a gosta do todo. E viver inteira o que seria somente metada e apreciar e conhecer o que antes era repugnante por pura ignorancia.
meu comentário seria um post, e o teu, é o mais bonito e sincero sobre amizade e pessoas.
:)
Adoro seu pacote, sempre abracei com força. :*
"Eu penso que o bonito é abraçar qualidades e defeitos, sempre." É difícil encontrar pessoas que pensem assim, que não te querem só nos seus melhores dias, mas são essas poucas que devem ter nosso amor incondicional, né? Gosto também quando o que é defeito de uma pessoa pra ela, e até pra outros, é qualidade pra você.
Já disse que amo a Marilyn Monroe? Pois é, amo a Marilyn Monroe.
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