domingo, 26 de setembro de 2010

o dia em que eu emputeci o porteiro

meu pai costuma dizer que eu sofro de faniquitos. esse é o nome que ele dá para todas as vezes que eu surto de leve e ajo sem pensar. isso acontece com alguma frequência. eu sempre gostei de achar que era racional. não. não sou. se tem uma coisa que eu sou, a característica que vem ali, logo atrás do dramática, é impulsiva.

tivemos mais um exemplo disso, essa semana.

cheguei em casa tarde, roomie dormindo. essa semana ela apareceu com um jump, e a gente deixou no meio da sala, sem os pés, pra montar depois. quando eu cheguei em casa, o jump estava montado. pensei. ana montou o jump.

no dia seguinte, de manhã, nos esbarramos na cozinha. ela olhou pra mim, toda sorridente, e disse. você montou o jump, né?

e eu. não. você montou o jump. e ela. não! e tem um papel de picolé de fruta na lixeira. vc comeu picolé?

eu não tinha comido picolé. e nem montado o jump. ela não tinha comido picolé. e nem montado o jump.

nós duas arregalamos os olhos e chegamos à conclusão mais óbvia. INVADIRAM O APARTAMENTO. fizemos planos de trocar as chaves, e eu imediatamente liguei para a portaria, pra dizer que tinham entrado aqui. algum meliante entrou na minha casa sem permissão, chupou um picolé de fruta e montou o jump.

o porteiro, assustado, chamou o zelador e eles começaram a procurar as fitas do dia anterior, tanto da portaria quanto do corredor. meu prédio é um big brother.

enquanto isso, eu e ana, assustadíssimas, pensávamos no risco que corríamos, sozinhas, na cidade grande, com psicopatas que invadem casa e montam jumps, tomando picolé.

eis que. eu me lembro.

no dia anterior, o coworker passou aqui, pra aproveitar a carona pra firma colorida. eu estava atrasada, dealing com uma rímel situation. ele ficou esperando na sala. me lembro de ele falar que aquele jump era fácil de montar, e eu dizer que tínhamos deixado pra fazer isso depois. saímos para o trabalho e nada mais me lembro.

dei um pulo, soltei uma gargalhada, tranquilizei a garota. liguei pro porteiro, pra pedir desculpas e abortar o plano de varrer as fitas, uma por uma.

tomei. um. senhor. esporro.

vocês faz as coisa, depois num lembra, e a gente é que paga o pato, disse taciano, o porteiro mal humorado. e eu ali, você tá certo, mas eu tomei um susto, agora eu já lembro, foi o coworker. e ele. seu amigo entrou aqui 11h02, tá nas fita. com a sua autorização. aí ele mexe nas suas coisa, vc num lembra, e bota a culpa ni nóis, que ficamo na portaria.

e eu. tá certo, taciano. desculpa. desculpa. enough, taciano, já entendi. desculpa.

 
minha sorte é que eu passo direto pela garagem, escapo da portaria quando saio. 

roomate não teve a mesma sorte.


2 comentários:

Rozzana disse...

HAHAHAHAHAHAHA!
Esporro merecido! =)

neutron disse...

Rcomendo um agrado pro Porteiro. Sei lá, uma cesta? Pizza? Algo meio "olha, pisei na bola, desculpaê".

;)