domingo, 5 de setembro de 2010

martim

não é de hoje, a gente se esbarra. antes era às terças. eu chegava meio na correria, nós dois nos cumprimentávamos, tímidos, sentados lado a lado por alguns minutos. o analista dele chamava, ele subia as escadas. a minha chamava, e era minha vez de entrar.

depois ele sumiu. eu ouvi por alto ele falando sobre uma troca de dia, numa dessas subidas de escada. agora, depois de três multas por furar o rodízio, foi minha vez de trocar. das terças, passei para as segundas. mesmo horário. chego correndo, abro a porta, ele ali. sentado, esperando a sessão. novamente o cumprimento tímido de quem está esperando pra entrar numa sala e desfiar as fragilidades. então ficamos os dois. ele, o iphone dele, o meu iphone, eu. nessa ordem. sentados.

então o analista dele chamou para entrar. martim, vamos? o menino, que agora tem nome, se levantou e entrou na salinha.

eu poderia me casar com um martim. eu poderia escrever textos incríveis para um martim.

Um comentário:

Leiliane Fontenele disse...

você fala desse Martin e eu lembro de um argentino lindo que tinha esse nome. E ainda sabia cozinhar. Esse finald e semana fiz uma receita que ele me ensinou, acho que ele teria outras coisas pra me ensinar... quem sabe em um outro final de semana!