terça-feira, 12 de maio de 2009

post raivinha

Eu estava lá, toda com medinho de começar efetivamente a falar das pessoas do trabalho, e ser descoberta por algum maluco tipo eu. Well. Dane-se.

Nossa personagem de hoje é uma garota de cabelos vermelhos. Ela é magra, alta, e talvez seja bonita. A verdade é que ela tem uma beleza exótica, e definitivamente chama atenção, mas não se consegue definir, exatamente, se ela é bonita ou feia. O cabelo é vermelho não natural, um vermelho intenso, e ela se veste numa paleta bem coloridinha, com peças engraçadinhas.

Eu super achei que poderíamos ser amigas. No meu primeiro dia, ela estava com uma camiseta de charlie brown e, conversando na cozinha, descobri que moramos no mesmo prédio. Sim. Verdade. Mundo pequeno, e talecoisa. Aos poucos, fui descobrindo que ela é a geniozinho da equipe. Sabe mais tecnicamente sobre o assunto do que nenhum outro, ali. Mais que o gerente de covinhas, até. Ela é extremamente técnica, e acaba virando uma referência. Esse é o super poder dela.

Ela também é a mais blasé de todos. Tem sempre uma cara desinteressada e, pensando agora, eu acho que nunca vi o olho dela brilhando muito por nada. Sabe aquela coisa de sobrancelha levantada, cara de nada me surpreende? Eu gosto de ver o rosto das pessoas se iluminando com algo. É quando eu consigo ler do que cada um é feito. Ela não. Parede. Não consigo.

Como se não bastasse ela ser desse jeito, eu fui percebendo, aos poucos, que ela não é legal comigo. Comigo, especificamente. Ela já me tirou em algumas conversas. Eu sou pessoa ótema pra tirar os outros, e colocar as pessoas em seu devido lugar, mas na minha atual situação corda-bamba, nem me atrevo. Não é hora, ainda. Então eu comentei que uma amiga minha tinha ido a uma rave qualquer. Ela disse. Ai, você tem amigos que vão em rave. Sabe o tom de crítica? Daí eu disse que precisava comprar meia-calça nova, porque o ultimo inverno marcou o fim das que eu tinha em casa. E ela. Ai, você usava meia-calça no Rio? De novo. Tudo ela faz assim. Faz questão de ser indelicada, de repetir tudo o que eu digo colocando o ponto de interrogação no final, e obviamente o tom de mimimi. Eu vinha sorrindo, e desviando. Mas comecei a pegar abuso, como se diz lá no sul.

Cheguei ao ponto de, saindo de casa outro dia, ver que ela estava dez passos à minha frente, também indo para o trabalho. Num universo normal, eu apressaria os passos, desligaria o ipod e iríamos juntas, conversando. Sabe o que eu fiz? Atrasei meus passos, deixei ela virar a esquina e aí peguei um caminho alternativo. Eu não sou antisocial. Mas a minha boa vontade com ela está acabando.

Daí que, infelizmente, pelo andar da carruagem, não seremos amigas. Uma pena, porque ela parecia legal. Já que essa possibilidade foi deixada de lado, me sobra uma outra, e confesso que começo a gostar da ideia. Vamos ver se eu consigo ficar na firma. Se eu conseguir, me unico objetivo será me tornar a geniozinho da equipe. Eu já fui antes, não há de ser difícil. É uma questão de território, mesmo. Vou fincar uma bandeirinha no território dela. Só de birra.

4 comentários:

giselle disse...

Eu já particularmente teria odiado ela de cara. Cabelo vermelho e roupinha colorida pousando de blasé? eu entendo a sua situação e tal, mas a real é que eu esperaria a primeira oportunidade pra usar um ponto de interrogação desses com ela. E diz pra ela que 1998 ligou e pediu o visualzinho clubber/indie-engraçadinho de volta.

:)

giselle disse...

hahaha. POUSANDO de blasé é ótemo. Tipo uma garça, néam.

POSANDO de blasé :)

Mme. Cedilha disse...

hahaha! pensando bem, giselle, ela anda como uma garça. =]

wolf disse...

Preciso admitir que ruivas tendem a fazer isso, e por vezes são até adoráveis, mas claro. Se existe alguém adorável nesse mundo, não há de ser uma cabelo de fogo.