quinta-feira, 14 de maio de 2009

o viado territorialista

Nosso personagem numero dois é alguém já conhecido do blog. O viado territorialista. Eu me sinto meio mal rotulando ele assim, eu poderia dizer o cara erritorialista que também é gay, ou qualquer outra coisa. Então, fique claro, eu não sou preconceituosa. É só porque eu não acho outra característica mais adequada ou politicamente correta que exemplifique tão bem a figura.

Eu gosto do viado. Juro. Ele não merece que eu goste dele. Ele é funcionário terceirizado, e percebe-se claramente que isso cala fundo em seu coraçãozinho. A primeira pergunta que ele me fez quando eu entrei é se eu era funcionária MESMO. Eu disse que sim, e ele soltou um grunhido. O dia que o meu crachá bonitinho da firma chegou, ele me tratou mal. Porque o dele é diferente, feio. Isso é paranoia minha. Mas bem pode ser verdade. Ele começou a achar que eu ia assumir uns trabalhos dele, porque havia rumores de que ele iria pra outro projeto. Isso bastou pra que ele me comparasse a uma escrava e dissesse claramente que a minha função era a mesma do estagiário.

Eu não acho que ele não goste de mim. Ele não me adora - o que eu acho um absudo. Eu acho que ele não sabe mesmo o que fazer comigo. Ele fica administrando o tempo, pra ver se os 4 meses passam logo e eu vou embora de uma vez. De vez em quando eu percebo nele algum traço de simpatia sincera e genuína, mas isso é bem raro mesmo. A ironia é que o namorado dele, que também trabalha na firma colorida, me adorou profundamente. É, eu sei dizer quando alguém gosta de mim. O boyfriend dele e eu viramos best friends forever. E isso deixa o viado, que é territorialista, mais desconcertado ainda. Eu gosto dele. Eu não preciso ter motivos pra ir com a cara de uma pessoa. Eventualmente, eu acabo ganhando motivos para não ir, como aconteceu com a menina de cabelos vermelhos. Mas do viado, eu realmente gosto.

O problema é que ele não é nada confiável. Eu não sinto um pingo de sinceridade vindo dele. Ele acha que eu sou boba e, por enquanto, eu tenho deixado que ele pense isso. Sou pessoa estratégica, meu bem. Mas eu acho que ele está espertíssimo para o que acontece comigo, porque ele realmente prefere que eu não esteja lá. É o que eu acho. Com ele, eu preciso ficar esperta all the time. Cansa um pouco ter de estar sempre alerta. Hoje, no twitter, uma amiga perguntou. Quantas pessoas à sua volta, no trabalho, você adoooora. Isso. Adoooora, cheio de o's. Eu olhei, olhei, e a minha resposta foi. Nenhuma. Eu sei que isso é uma fase. Tem gente ali com potencial pra eu adorar com milhões de o's em sequência. Mas é cedo, e eu ainda sou um corpo estranho, que muito bem pode ser expelido em poucas semanas. Mas eu queria já poder olhar em volta e encontrar algum abrigo, algum conforto, ver gente que goste realmente de mim. #mimimi

O viado é super puxa-saco da menina de cabelos vermelhos. Tudo ele conta pra ela, tudo ele corre pra ela. Ela é blasé com ele também, mas menos do que comigo. Um dia, ele veio me dizer que achava que ela era a melhor pessoa da equipe, tipo a profissional mais completa. Eu, com poucas semanas, já podia dizer que ela era boa, sim, com o super poder que ela tem. Ele nem percebe que é ótimo. Que possivelmente, ele tem essa característica que insistia em ver nela. Eu aprendi pra caramba seguindo ele pelos corredores. Coordenando os japoneses fofos. Eu queria que ele fosse com a minha cara, que ele ficasse desarmado. Mas não vejo isso acontecendo tão cedo.

Um comentário:

Anônimo disse...

cuidado pra ele não mijar no seu crachá!