segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

processando 2010 - parte quatro

trabalho foi a coisa mais genial. 

sabe a firma colorida? é minha. cada centímetro, cada pessoa, até aquelas que eu não sei o nome. a cozinha com o chocolate quente, o carrinho com a salada de frutas, o designer querido que trabalha do meu lado e faz ficar lindo tudo o que eu invento. os meninos geeks, o helicóptero de brinquedo que sobrevoa o nono andar, os cumprimentos de bom dia no elevador, sempre quase ao meio-dia, quando eu estou chegando para o trabalho. porque eu acordo as 10h, chego 12h, checo e-mail, saio pra almoçar e volto. e aí então o dia começa. :)

as rampas da garagem, que eu subo mais rápido do que é permitido. e que eu desço, também rápido, ouvindo arcade fire, strokes, alanis (por que não), placebo. o passeio por entre as baias, sentando um pouquinho na mesa de cada querido, pra saber se está tudo bem. os almoços fugidos, os murais decorados. o gerente de covinhas sorrindo lindamente e me chamando pelo meu apelido, forçando sotaque carioca. tudo meu. 

os jantares tarde da noite na temakeria, ou no restaurante árabe, onde a gente flerta com o garçom e pondera se ele é hetero ou gay. ele podia escolher quem ele quisesse, na nossa mesa. temos todas as opções. o elevador que demora, os queridos antigos, lá no outro andar. o menino mais bonito do mundo, recém contratado na equipe antiga, sendo encaixado no mesmo projeto que eu. e eu fico ali, olhando. meodeos. bochechas naturalmente rosadas. a barba por fazer. o olho verde.

o japonês que era querido e que agora me dá nos nervos, sendo malcriado. meu também. aos poucos a gente se reajusta. o designer bonitinho que tem namorada, que me imita usando o iphone, e é quem mais me dá bronca quando eu fico ausente das conversas, entretida com alguma coisa na tela. a japa colorida. tão colorida. tão incrivel. as meninas com sotaques do nordeste. amor em seu estado mais puro. o coworker que precisa de apelido, e rápido, porque ele não é mais só coworker. é amigo. do melhor tipo. de um jeito que o coração transborda só de pensar. cheio de casacos interessantes, e cachecóis, e chapéus, e boinas. me ensinando a não me arrepender das bobagens que eu faço, e me incentivando a fazer mais bobagens. eu preciso fazer bobagens. é hora.

são onze meses desde que eu voltei. o projeto está andando, e eu tenho sido levada ao meu limite algumas vezes. mas poucas vezes na minha vida eu estive tão certa sobre o que eu estou fazendo, sobre o caminho que eu estou trilhando. sobre o meu papel nas coisas que acontecem, ali. senso de propósito, a gente vê por aqui. every single day.

2010 foi duro, foi ano de sedimentar o meu chão, de botar as vigas principais, passar cimento, firmar.

2011, possivelmente, será hora de fazer um jardim. plantar margaridas. e trazer passarinhos.

Um comentário:

Adriana disse...

Lindo post. Palavras e acontecimentos perfeitamente encaixados. Lindo post. (todas as partes juntas)