sábado, 18 de dezembro de 2010

festa da firma

desde que eu cheguei em são paulo, desde que eu conheci a firma colorida, eu ouço falar sobre a festa de fim de ano. o dia em que se abre um portal encantado e tudo é permitido. e as pessoas perdem a noção. e casais se formam e se desfazem. e grandes traições, brigas e barracos acontecem. nesse único dia. o da festa da firma.

não há de ser surpresa pra ninguém a minha contagem regressiva. principalmente no ano em que eu posso dizer que virei party people. na verdade, essa minha fama recente de party people, junto com a japa colorida e os outros amigos, já correu toda a firma. todo mundo sabe onde a gente vai. o que a gente fez. todo mundo quer sair com a gente. de vez em quando a gente até carrega um ou outro para uma ou outra festa.

brinquei que as expectativas eram altas, e teríamos de nos esforçar para atendê-las. sabe como é. vodka. eu realmente tinha planos de que a festa fosse incrível.

e não. eu não estava exatamente mal intencionada. eu juro.

***

eu dançava, obviamente alterada, como se não houvesse amanhã.  

eis que passa por mim o menino mais bonito do mundo. ele não é amigo dos meus amigos, mas eu apresentei, aquela coisa bem educada, e puxei ele pro grupo, pra dançar com a gente. e ele veio. 

e ele dançou. com o grupo? 

não. comigo. 

eu juro que não tive maldade. não no início. só resolvi corresponder a toda aquela aproximação depois de ter absoluta certeza de que não, eu não estava sonhando. repito. não sou a fim dele. nunca nem cogitei nada do tipo.  way out of my league. coisa boa na vida é a gente ter senso. mas ele é bonito. e eu nunca escondi de ninguém o efeito que ele causa em mim. 

e ele estava ali. dançando colado comigo. me segurando pela cintura. e eu estava meio bebada. e eu estava dando corda.

quando me dei conta, ele estava me carregando pela pista. não esperou a gente estar em um lugar mais escondido pra me beijar. eu perguntei se ele estava louco, ele disse que não se importava. daí eu também não me importei.

então foi isso. eu fiquei com o menino mais bonito do mundo. só porque ele era incrível, e estava ali, dando sopa.

não foi nada de mais. nada mesmo. ele foi embora, eu continuei na festa.

badge conquistado. bom pro portifólio. vida que segue.

saí contando pra todos os meus amigos, ainda em choque com o que tinha acabado de me acontecer. quando você pega um cara incrível, e quando você não se importa de parecer ter 16 anos (hello, de 13 pra 16, grandes progressos), a situação é clara. 

kiss and tell.

***

algum tempo depois, eu troco olhares com esse outro rapazinho. o menino que parece martim, que eu cruzei nos elevadores muito rapidamente, mas o suficiente pra ficar curiosa. alto. jornalista. outra área da firma, outro mundo. o meu mundo.

conversa vai, conversa vem, conversa ótima. enquanto ele ensaiava todo tipo de aproximação, eu só pensava em me esquivar.  e eu pensava, cá com meus botões. sua louca. você não pode beijar dois meninos na festa da firma. mas a conversa era boa. o menino era bonito. e legal. tirei ele do meio do galere e na pista, já quase vazia, ele me roubou um beijo. e eu, novamente, não me importei. 

***

peguei dois meninos bonitos na festa da firma. não, não acho certo. não acho bonito. alguns me viram com um, outros me viram com outro. certamente alguns me viram com os dois. 

achei divertidíssimo. isso eu achei.

Um comentário:

R. disse...

ah, as festas de fim de ano haha

se vc tiver se divertido isso que importa :]