domingo, 18 de outubro de 2009

Os meus

Eu tava era morrendo de medo de algumas pessoas especificamente não ouvirem meu lado da história. Eu não ligo que a maioria ache que eu to errada - mesmo que isso pareça absurdo. Eu não ligo para o amigo que se afastou e que sempre que fala comigo, ultimamente, esteja me sondando, pra ver se tira alguma informação importante. Eu não ligo. Não ligo pra amiga querida com quem eu tinha brigado e com quem fiz as pazes, ao saber que a briga, que eu achava que era por um motivo, era na verdade por outro, a roomie freak envenenando contra mim. Isso durou meses, soube agorinha. Tira o chão de leve, mas pensando bem, o chão nunca esteve lá. E esse troço de fazer amigos e confiar nas pessoas acaba sendo ruim demais, porque vc sempre pode tomar uma rasteira. Sempre. E eu fico tomando, mas a situação já rola num desequilíbriio tamanho que isso nem significa quase nada. A gente aprende a se equilibrar num restinho de chão, pequenino que seja.

Que algumas pessoas se mantenham neutras, pra pedir um mínimo, eu faço questão. Porque senão eu sinto de verdade o chão sumir, e eu já sou bastante desconfiada, em linhas gerais. Quando alguém passa naquele filtro primeiro e ganha meu coração, eu gosto de saber que um tiquinho do coração é meu também, e que a pessoa, ao escutar qualquer absurdo, vai primeiro querer conversar comigo, e ouvir o meu lado da história. E eu tava tremendo de medo de a fulana ter me levado um amigo. Talvez um dos mais queridos, um que segurou as pontas quando eu passei pelo inferno que foi a despedida da firma colorida, que me botava no sofá dele e eu me sentia em casa. Eu tava com medo, porque eles estavam trabalhando juntos, e naturalmente isso viraria uma proximidade maior. E o meu coração estava doído de verdade, e chamem isso de ciúme. Eu tenho ciúme de algumas pessoas, de alguns queridos específicos. E eu chamo isso de zelo. Não acontece sempre, não acontece com muita gente. Mas quando acontece, é meu, e machuca achar que pode sumir.

E hoje eu ouvi esse amigo dizer que eu podia contar com ele, no meio dessa confusão. E que não importava que ele a tivesse conhecido antes, eu era mais próxima. E era isso o que eu pensava, aqui quietinha, também, mas sem coragem de querer isso em voz alta, esse apoio. Porque eu acho que amizade não cabe cobrança. Por mais que a gente acabe cobrando, num mundo ideal ela não comporta isso. E eu gosto de viver num mundo ideal.

Acho que esse era o apoio que eu mais buscava, nesse tempo todo. O medo maior era ela me levar isso, e isso ela não levou. Então, o resto, eu não ligo. Ela que pegue e faça bom proveito. O que eu queria e precisava vai comigo.

2 comentários:

Srta. Rosa disse...

E eu não sei como é isso... postei sobre coisa parecida lá em casa... mas faz parte. E com o tempo (a gente ficando mais velha) só piora. Ah, as benesses e os ônus da maturidade...

Besos!

Senior disse...

Achei legal o lance do mundo ideal. No mundo ideal não tem cobrança porque as coisas aconteceriam sem que a gente precisasse cobrar...

=]