Eu chego às 9h. Moro pertinho e vou andando. Fiz bolhas atrás dos dois pés, porque o band aid ficava saindo. Fui lá e comprei um com cola reforçada. E ele segurou direitinho até o fim do dia. Daí, quando eu fui tirar o band aid, junto com a cola veio a minha pele. E agora eu tenho as laterais das bolhas machucadas, sem pele. Justo onde eu preciso colar os novos curativos, já que tá tudo muito feio, ainda.
Eu chego às 9h. Mas isso foi só no primeiro dia. Porque eu fiquei lá sentadinha numa poltrona confortável, jogando Halloween Fever no celular, e nada de ninguém da equipe chegar pra me dar as boas-vindas. E aí a galerë chegou 12h. E a pessoa pensa. Agora vão me ajudar a me instalar, e talecoisa. Mas não. É o tempo contadinho de sentar, ler os e-mails e combinar o almoço. Almoço feliz, num japonês. Adorei. As pessoas são coloridas e eu super me vejo, quem sabe, sendo amiga delas. Pertenço, sabe como é? Então.
E aí eu não tinha computador, e passei dois dias absolutamente offline numa empresa de internet. Deu até crise de abstinência. Aproveitei pra acompanhar reuniões e ler meu livro de usabilidade. E fazer altos estudos e análises sobre cada pessoa que ali trabalha.
Hoje, segunda, eu cheguei 9h40. Atrasada e com vergonha, terceiro dia de trabalho, onde é que já se viu? E a roleta não liberava a minha entrada, o que certamente contabilizava mais alguns minutos negativos. E quando eu finalmente subi, não havia viv'alma no lugar. Abri meu livro, e eis que resolvem ligar o computador. Alegria, alegria. Eu cheguei 9h40 e podia dizer que estava em pleno funcionamento às 10h40. Mas nada das pessoas da equipe chegarem. Porque elas chegam mais tarde. Chegando mais tarde, obviamente que elas saem mais tarde. Na quinta, eu saí 19h30. Na sexta, 20h30. Hoje, segunda, 21h30. Porque eu preciso acompanhar enquanto eles estão em pleno funcionamento. Nem que isso signifique que amanhã eu vá estar deixando a firrrrma às 22h30. Podia ser pior, podia ser em progressão geométrica, eu penso. Mas eu tô na primeira semana, e não tenho cara de chegar lá na hora que os nativos chegam. Então, amanhã, eu chegarei 9h30. Pra sair sabe-se lá quando.
Mas eu estou feliz, sabe? Tô reclamando não.
Tem um maluco que divide a paredinha da mesa comigo, e que canta all day long. To reclamando não. To sim. Queria entender essas pessoas que cantam como se não houvesse pessoas em volta. Pessoas com ouvidos. Tipo eu. É temporário. Serei levada pra perto das meninas coloridas. Talvez porque eu seja uma delas, hehe.
Tem outro maluco que divide a outra paredinha da mesa comigo. E ele pendurou um cramulhãozinho vermelho no teto, tipo um sinalizador de onde o indíviduo se senta. Eu gosto do cramulhãozinho mais do que dele. Porque ele fala aquelas gírias de motoboy, tipo trampando, as mina, os mano, véio. E ele tem um rabo de cavalo grandão, mas só na parte de cima da cabeça. Porque a parte de baixo é raspada, sabe? Very stylish. Mas aí ele fica sacodindo na cadeira, e eu tenho pra mim que é a síndrome das pernas inquietas. E, quando ele sacode, ele sacode a mesa, ele me sacode junto. Mas eu não tô reclamando não.
Um comentário:
Auhauhauhauha; ta se seguraaaaando pa não reclamar, que eu sei
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