domingo, 15 de março de 2009

A arte de decorar nomes

Eu posso administrar muita coisa. Eu consigo lidar com a espinha que se instalou no meu queixo na minha primeira semana de trabalho, ali, dizendo bom dia a quem resolve olhar pra mim. Eu consigo lidar com a roleta que vez por outra encana comigo, com o elevador louco que vai para andares estranhos e passa sempre lotado, me obrigando a subir lances e lances de escada. Eu consigo até mesmo manter a cara séria e compenetrada quando tudo o que eu penso é que o gerente é husband material, lindo toda vida. Mas eu não consigo decorar nomes na velocidade em que as pessoas se apresentam.


Sério. Eu já fui melhorzinha nessa arte. Ultimamente, é fail total. Fulano se apresenta, 5 minutos se passam, e eu estou. Quem? Quando? Onde? Um horror. Vou tentando atribuir tags às pessoas. Fuulano é o de cabelo assim, cicrano é o que tem piercing, etc e tal. E você até tem a ilusão de que está indo bem, que uma hora ou outra poderá chamar as pessoas pelos nomes corretos. Aí neguinho te coloca numa reunião com uma equipe de 8 pessoas. 6 delas, japoneses. Eu decorei três nomes, uma média excelente. Um garoto não japonês loiro de piercing, um garoto não japonês moreno e normal, e um oriental levemente diferenciado, com uma cara meio de chinês mas que super pode ser coreano, saca? Ou japonês, mesmo. Os outros, meodeos. Sem pistas.


Estava no banheiro, escovando os dentes. Uma garota entrou, parou na pia ao lado e foi super gentil. Se apresentou, disse o que fazia, perguntou quem eu era e me deu boas vindas. Fofa, né? Adoro gente gentil com forasteiros. Esse troço de se integrar exige esforço das duas partes. Quando ouvi o nome da menina, repeti, numa tentativa em vão de memorizar. 5 minutos depois. Quem? Onde? Quando? Nada mais me lembro.


E aí não dá, néam? Porque se a pessoa deseja se integrar, o mínimo esperado é que ela saiba os nomes das pessoas da equipe. Comofas? Eu lancei na internet. Sou boa fisionomista, isso havia de me servir de algum jeito. Taco geral no Google, Facebook, Orkut. Acho flickr, blogs, twitters. Vou descobrindo detalhes e decidindo de quem eu vou ou não vou gostar, de antemão. Eu não tenho paciência pra esse troço de ir conhecendo as pessoas. O negócio é pegar atalho mesmo, ver se fulano parece legal, se tem bom gosto pra música, se fulana é casada, quem é amigo de quem. Quem é colorido nas fotos, esse tipo de coisa. Não adiciono ninguém, porque ainda não é hora. E eu sigo uma etiqueta. Salvo nos favoritos, no delicious (com cadeado, naturalmente), nos bookmarks do Orkut. Pego RSS do twitter. Porque virar follower a essa altura do campeonato me parece precipitado. Achei a garota legal do banheiro, ela continuou legal depois que eu vi os perfis todos. Agora eu sei o nome. Pode parecer maluquice, meus amigos me olham com cara de /q sempre que eu sugiro tacar as pessoas na internet. Mas esse é o meu modus operandi, é assim que eu funciono.

2 comentários:

juliamorena disse...

Esse negócio de decorar nome é terrível! Tô passando pelo mesmo dilema! O.o Na boa, não tem nada melhor q jogar as pessôa tudu na internet, eu faço o mesmo. Just because we use cheats doesn't mean we're not smart. :)

Senior disse...

cabeça, ombro, joelho e pé