quinta-feira, 30 de junho de 2011

30 day series challenge

Todo mundo brincando de 30 day something challenge no facebook. eu não tenho disciplina pra seguir os dias corretos. faço tudo de uma vez, hoho.

Day 1: Favorite TV serie 
Queer as Folk, versão americana. Brian Kinney knows it all.

Day 2: Least favorite TV serie
The Office. Kill me, nunca consegui passar da primeira temporada.

Day 3: Favorite comedy/musical 
Friends. Chandler é amor.

Day 4: Favorite drama 
Greys Anatomy, com troféu série que mais me arrancou lágrimas, no episódio em que matam George O'malley.

Day 5: Favorite sci-fi/action 
Alias. 

Day 6: Favorite kid's serie 


Day 7: Favorite teen drama 
90210. Brenda, Kelly, Valery e sua turminha da pesada, aprontando mil confusões no acampamento do barulho.

Day 8: Favorite comedy female character 
Karen Walker.

Day 9: Favorite comedy male character 
Chandler M. Bing, as in Chandler Muriel Bing.

Day 10: Favorite drama female character 
Meredith Grey, na fase que ela era estragada e cheia de daddy issues.

Day 11: Favorite drama male character


Day 12: Favorite couple 
Pacey e Joey. Amor em seu estado mais puro.

Day 13: Favorite bitch
Amanda Woodward, de Melrose Place.

Day 14: Favorite villain
Sylar, que continuou genial até mesmo quando Heroes virou uma porcaria.

Day 15: Favorite series finale
Six Feet Under. Coisa mais linda.

Day 16: Least favorite series finale 
Jack and Jill, que acabou de repente, bem na hora que a Jack descobria que estava grávida e que o Jill cancelava o casamento com ela.

Day 17: Favorite season finale
Queer as Folk, primeira temporada, com Justin sendo atacado depois de dançar "Save the Last Dance for Me" com Brian.
Alias, fim da terceira temporada, quando ela desmaia, acorda e descobre que esteve sumida por dois anos.

Day 18: Favorite christmas/thanksgiving special 


Day 19: Episode that made you cry the hardest
Morte de George O'Malley em Greys Anatomy. Quase morte por hipotermia de Meredith, em greys anatomy.

Day 20: TV serie that is your guilty pleasure



Day 21: TV serie you wish you could live in
Gossip Girl.


Day 22: Character with whom you identify the most 


Day 23: TV serie with which you identify the most


Day 24: TV serie with your favorite opening


Day 25: TV serie you used to love and now you hate


Day 26: TV serie with your favorite soundtrack 


Day 27: First TV serie you ever remember watching


Day 28: Last TV Serie episode you watched


Day 29: A line from a TV serie you like 


Day 30: Favorite TV serie from your childhood



segunda-feira, 27 de junho de 2011

a pessoa tinha feito uma promessa

depois de um último surto *importante* dentro da shoestock, em dezembro do ano passado, não comprar mais sapatos, até a cirurgia.

e assim foi. sem sapatos. um longo e tenebroso inverno.

daí chega minha irmã em casa com a notícia de que uma das lojas mais tradicionais da cidade está em liquidação. eu não quis nem saber. coloquei uns esparadrapos nos lugares mais sensíveis e calcei a boa e velha sapatilha pink, a mais larguinha. inventei um andar meio robocop e migramos, as duas, pra ver a liquidação. eu tenho uma sapatilha arezzo comprada nessa loja por 49 dinheiros. acho coisa incrível. bora aproveitar.


minha irmã experimentou um a um pra mim. teve sapatilha de oncinha, de verniz, bota de cano curto verde, oxford dourada. surtei. e, quer saber? eu merecia. 

segunda-feira, 20 de junho de 2011

o casamento foi a coisa mais linda. meu vestido estava incrível, namorado estava incrível, amigos queridos por todos os lados. alguns, eu não via há tempos.

o rio de janeiro continua lindo, e sim, foi absolutamente especial andar de carro novo pela cidade, com dois paulistanos que nunca tinham pisado no rio a bordo, embasbacados com a vista, o sol, fazendo planos de voltar.

deu tempo de ir no meu restaurante favorito comer minha salada favorita e minha sobremesa favorita. não deu tempo de mais nada.

a cirurgia correu como esperado, e sim, a dor é terrível. tal como disseram que seria. eu fico repetindo pra mim mesma. dor de cura, dor de cura. tem funcionado, na medida do possível.

retiradas as ataduras, a botinha, todo os esparadrapos, o que se vê são dois pés ainda meio roxos, levemente inchadinhos, com pontos. mas já certinhos, alinhados, bonitos. sumiu o ossinho que saltava na lateral, os dedos estão simétricos. eu olho os meus pés e fico pensando no esmalte azul que vai inaugurar toda a brincadeira.

sexta-feira, 17 de junho de 2011

sobre o que falta

as coisas são engraçadas.

eu fico vendo esse solzinho quente de tarde de inverno (ou outono, não importa), e penso que eu devia estar lá fora, vento no rosto, aproveitando a luz, fotografando a vida.  dentro de casa faz frio, o sol esquenta. eu podia estar na varanda, pés pra cima, manta quentinha, computador no colo. internet. não, estou aqui, cama da irmã, aproveitando as mil opções de tv a cabo e vendo videoshow. isso mesmo. videoshow. eu queria sair e fotografar as mangueiras que meu avô plantou na pracinha perto de casa, a mesma pracinha que eu corri a infância inteira. estou aqui, computador no colo, frio. fico pensando em são paulo, nas ladeiras queridas da vila madalena, com seus muros grafitados, queria fotografar tudo isso, agora. não posso. e é por isso mesmo que quero. estivesse lá, estaria em casa, manta no colo, computador, pés pra cima. dorme, acorda, internet. a vida lá fora, o tempo todo, a tarde toda, até acabar. a gente só se dá conta disso quando não pode aproveitar, diz aí. não posso sair, repouso. os pés ainda doem. a câmera está guardada, o dia está tão bonito. e eu aqui, impedida de aproveitar isso tudo.

se eu pudesse sair, se os pés estivessem curados, eu sei. estaria no mesmo lugar. aqui, quentinha, tv a cabo, videoshow, computador no colo. eu só não estaria sentindo tanta falta de estar lá fora.

quinta-feira, 16 de junho de 2011

os pés

e daí que colocar os pés - os dois - pra serem picotados, ajustados, acertados, juntos, ao mesmo tempo, não é moleza. é tipo dente do siso. todo mundo fala pra fazer um lado de cada vez. pra poder comer, e ter uma recuperação minimamente ok. com os pés é igual, só que ao contrário. todo mundo fala pra fazer os dois ao mesmo tempo, porque a dor é ruim, e chata, e se deixar pra fazer metade metade, você acaba não fazendo  resto depois.

e foi por isso que eu emendei licença, férias, banco de horas. peguei tudinho, esperei o casamento de anne louise passar, e me entreguei às boas mãos do ortopedista fofo, o mesmo que me disse, lá quando eu tinha uns 16 anos, que o meu pé feio era caso cirúrgico. os dedos meio desalinhadinhos, os ossinhos que virariam joanetes. o mesmo ortopedista que, alguns anos depois, consertou os pés feios da minha mãe e da minha irmã. e que agora, conserta os meus.

eu nunca tinha feito cirurgia nenhuma antes. tirando a dos sisos. me lembro de leve do ortopedista pegar meus pés e perguntar pro anestesista se eu já estava pronta. e eu senti meus pés nas mãos dele. reuni forças pra mandar que me dessem mais daquele troço que me deixava sonolenta. e apaguei.

acordei tranquila, duas horinhas depois, pés enfaixados em duas botinhas. o quadril, ainda paralisado, de um jeito engraçado. não me senti mal, não tive esses transtornos de volta de anestesia. saí do hospital e tenho usado uma cadeira de rodas dessas simples, alugadas, pra me locomover dentro de casa.

me lembro da fernanda torres, na novela selva de pedra. a lembrança vem embaçada, porque eu era MUITO pequena, mas me lembro que ela sofria um acidente e tombava da cadeira de rodas, e precisava se arrastar escada acima. não sei o motivo, não lembro. lembro do drama.

meu drama é parecido. odeio depender das pessoas. só estou sozinha de ontem pra hoje, já que minha mãe voltou ao trabalho. deixou as empregadas a postos, mas eu me recuso a pedir ajuda. sou fernanda torres, e me arrastarei escada acima, sozinha, se for preciso.

a dor é real. fico imaginando se o pé ficou bonito, se o dedo comprido está mais curtinho, se as unhas vão ficar bonitinhas pra passar esmalte colorido. doi tudo. os dedos, a lateral dos pés, onde os ossos foram lixados. comecei a colocar de leve os pés no chão, e me meti a tomar banho sozinha. deu certo. vou ganhando confiança, levo toda uma vida pra ficar em pé. tem que achar o eixo de equilíbrio do corpo. coisa tão simples no dia a dia, coisa tão absurdamente complicada pra mim, hoje, de pés remendados. andei uns passinhos o pé latejou. to aqui pensando o que diabos acontece por debaixo das ataduras. o pé direito era o mais crítico, e ele doi muito pouco, quase nada. o esquerdo lateja, incomoda, e nele não havia quase nada a corrigir.

mandei guardar os pedacinhos de ossos que sairam dos pés. as falanges do segundo dedo, a parte lixada do joanete. tudo num vidrinho, e agora eu não faço a menor ideia do que fazer com isso. só sei que não queria que meus ossinhos fossem descartados no lixo frio de um hospital. o que veio comigo, vai comigo.

será que eu congelo?

quarta-feira, 15 de junho de 2011

pra combinar com os novos pés. novos hábitos. fui ali na pastinha que eu apelidei pandora, e que guardava todas as mensagens tristes trocadas nos últimos tempos, todas as que fizeram chorar. deletei. limpei o lixo. limpei o email. roí as unhas, pra crescerem do zero, assim como todo o resto.

***
 
ainda outro dia, conversando com a minha irmã, perguntando de algumas amigas que eu costumava encontrar com ela aqui em casa, e que não apareceram mais, ela disse. já foram. já foram.

não é só comigo que acontece. e, sim, isso é reconfortante.

segunda-feira, 6 de junho de 2011

então é mais ou menos assim o tamanho do drama

estou a 3 dias das tão esperadas férias. quinta feira cedinho eu pego o carro e vou pra casa. corro na costureira que está fazendo o vestido incrível de babados que eu sonhei, fazemos os últimos ajustes, corro no anestesista pra discutir a cirurgia dos pés, na próxima segunda-feira. corro no ortopedista pra mostrar os exames e fazer os últimos acertos, corro na costureira de novo, pra experimentar o vestido. manicure, pedicure, visita a vó, espero o meu menino, chegando na sexta, pra ser apresentado a toda a família. não sei como vai ser isso. primeira vez que eu coloco a mim e às pessoas nessa situação. ter namorado/ser namorado/conhecer namorado. volto na costureira e torço pro vestido lindo lindo que só existe na minha cabeça, mas que vai existir, impecável, na vida real, pra me vestir pro casamento de anne louise, estar pronto. estando pronto o vestido, corro pro rio. mostrar rio pra paulistano em pouco mais de 24 horas não vai ser possível, mas eu queria chegar direitinho, pela linha vermelha, dando volta do tamanho do mundo, só pra cair ali, no centro, e passear pelo aterro, e apontar os lugares, pra ele ver o lugar lindo lindo que a cidade é, mas que eu não gostei o suficiente pra continuar morando. corro então pra fazer o cabelo, a maquiagem, passar em casa, do outro lado do mundo, deixar as malas, comer alguma coisa, pegar taxi e voltar pro cais do porto, onde eu vou dançar até cairem os pés, os mesmos pés que verão um bisturi dois dias depois.

vai ser dia dos namorados, alguém já notou?


e eu vou ter mais uma primeira vez, dessas que a gente finge que não liga. mas liga.

liga sim, liga muito.

o vestido não está pronto, e eu ainda não estou de férias. as malas nem começaram a ser feitas e eu tenho 3 projetos pra fechar na firma colorida antes de me ausentar. estou fingindo que não é coisa demais, que vai dar tempo de fazer tudo, que não é grave, é bobagem. foco no que realmente importa. meus queridos se casando, meu vestido azul, meu menino. 
eu não tenho lido os livros que precisava ou gostaria de ler. não tenho visto muitos filmes, tenho ido pouco, bem pouco ao cinema, vez por outra, convencida pelo namorado. tenho comido bobagens, e ainda não consegui abandonar a coca-cola. tenho sofrido com trabalho, mas não tenho trabalhado demais. isso era antes. antes de eu ter meus finais de semana preenchidos por gargalhadas e covinhas, e olhos verdes e discussões eternas sobre qualquer bobagem. 

tenho passado meus dias pensando no mundo de coisa que se acumulou nas gavetas, nos e-mails, nas lembranças. as gavetas eu organizo, os e-mails eu esvazio, as lembranças eu processo, aqui. quietinha, frio gostoso, unhas ainda roidas. não consigo parar. uma vez me disseram que eu mascava chiclete pra não mascar pessoas. e que eu roia as unhas numa tentativa inconsciente de conter a minha própria agressividade. faz tempo, já, que eu aprendi a direcionar. eu jogo no trabalho, nas pessoas, na vida. não reagir, ainda que por escolha, às pequenas crueldades que eu vejo/sofro/percebo tem me custado meio caro. cansaço, preguiça, silêncios. estranhamente, estou bem. aprendi a cozinhar umas comidas gostosas, mas só porque o meu menino tem fome. se não fosse por ele, eu ainda estaria pulando refeições, desinteressada. por causa dele eu virei pessoa doce e fofa, criatura adorável. vejo um amigo falando de alguém especial e fico aqui, na torcida pra que a pessoa seja *a* pessoa. porque a gente se acostuma mal, e fica achando que não merece as coisas incríveis. 

mas a gente merece. eu mereço.

e é por merecimento que eu passo os meus finais de semana com pernas entrelaçadas às dele, olhando pro teto, pensando no que vamos almoçar, não ligando a mínima para o fato de já ser quase noite.

e eu não tenho lido os meus livros, ou ouvido as minhas músicas, ou lido os meus blogs. eu tenho vivido.

quinta-feira, 2 de junho de 2011

houve essa época em que eu era brigona, sabe? respondia professora, devolvia desaforo, mandava e-mails falando absurdos. brigava de volta, mesmo. daí eu comecei a sofrer algumas perdas, dessas que a gente acha que nunca vai se recuperar. ou que a gente até se recupera, mas fica meio manco, ferida de guerra, pro resto da vida.

não foram amores. quer dizer. amigos sempre foram, pra mim, categorizados como amores. eu comecei a ver que na vida a gente vai deixando as coisas pelo caminho, e nem sempre eu estive preparada para deixar assim, as coisas pelo caminho.

então eu achei que era a minha personalidade agressiva, a culpada. e eu abrandei o meu tom, as minhas palavras, me vesti de amor profundo por aqueles que me rodeavam. passei a calar mais, a brigar menos. chocada, comecei a ouvir. tudo aquilo que os meus gritos abafavam, tudo aquilo que parecia não existir quando era eu a pessoa a desferir grandes verdades, grandes ofensas.
e eu vi gente mal educada e cruel, gente tratando gente com ironia, indelicadeza. gente assim como eu era, e escolhia não ser.

naturalmente, eu fiquei mais sensível. mais calada, mais reflexiva. passei a tomar todo o cuidado do mundo com as palavras, a ter horror à ideia de magoar qualquer pessoa que fosse, porque eu sabia que eu podia, se quisesse. passei a não retrucar as bobagens que eu escutava. e assim eu fui levando a vida. desse jeito pacífico e meio adorável, acreditando que eu podia ser apenas alguém agradável. 
 
mas eu tenho natureza belicosa. sempre tive. e passei a me culpar a cada vez que não reagia, a me julgar passiva e covarde a cada vez que alguém se dispusesse a ser cretino comigo.

e, meodeos. como tem gente cretina no mundo.


adiantou foi nada. mesmo fazendo tudo direito eu continuai perdendo pessoas, sendo deixada pelo caminho. mas agora era diferente, porque eu tinha também a sensação de  estar desprotegida, já que eu não rebatia, apenas absorvia os acontecimntos e remoia, remoia. e chorava, sentida.
o que esse período de garras aparadas (e unhas roidas) me trouxe foi uma tolerância baixíssima a qualquer tipo de rispidez, voz em tom mais alto ou grosseria. não aceito, não tolero. eu também fiquei mais sensível ao que acontece com as pessoas à minha volta, uma coisa de prestar atenção, mesmo.

aos poucos, com algum equilíbrio, que só os anos de clausura poderiam ter disciplinado, minha agressividade volta. para os casos em que não, não é ok apenas escutar. para os casos em que rispidez vira instrumento de coação, de convencimento, de violência gratuita. não gosto. não topo. a pessoa meio que morre, pra mim. não sem antes receber um contragolpe.


em volta de mim eu quero gente gentil, assim como eu sou. ou como eu me condicionei a ser.