"Você está virando uma pessoa fofinha." Essa foi a última que eu ouvi, depois de, num súbito desabafo daqueles bem desesperançosos no meio de uma quarta-feira à tarde, no meio de um trabalho chato e que parece não ter fim.
Eu tento explicar para as pessoas que quando eu tenho uma tarefa que não me estimula, é muito sofrimento mesmo, porque a minha atenção se dispersa e eu passo coisas desimportantes na frente. Eu resmungo, eu levanto, busco água, ligo a música no headphone, vou até a máquina mágica de doces do sétimo andar. Sento na cadeira e quase morro.
E ninguém entende que para uma dda diagnosticada é mais difícil ainda se concentrar em algo que é propriamente impossível de gerar concentração. E eu quase morro. E resmungo, e tento achar metáforas que expliquem para os outros seres viventes, conformadamente fazendo a sua parte, que aquilo ali quase me desespera. Que eu quero gritar, mas que as forças se esvaem. E que a vida escorre de mim, e que eu não posso fazer nada a respeito. Sou uma plantinha sem água, eu digo. E suspiro. E digo que estou murchando, que estou secando e que estou morrendo. Porque eu estou.
E as pessoas dizem que eu pareço feliz, principalmente em uma quarta feira, mas que estou com cara de ursinho carinhoso, com os olhos semicerrados, em câmera meio lenta. E dizem que quando eu uso as metáforas para explicar meu desespero, que eu estou ficando fofinha. Porque eu digo coisas fofinhas, porque isso é muito desestimulante demais. Mas isso só quer dizer que esta batalha está sendo vencida pelos arquivos que vêm da frança, e que se acumulam. E que eu preciso olhar, e adaptar os textos, e corrigir os absurdos. E que me fazem querer morrer. E então, quase morta, eu fico fofinha.
Eu tento explicar para as pessoas que quando eu tenho uma tarefa que não me estimula, é muito sofrimento mesmo, porque a minha atenção se dispersa e eu passo coisas desimportantes na frente. Eu resmungo, eu levanto, busco água, ligo a música no headphone, vou até a máquina mágica de doces do sétimo andar. Sento na cadeira e quase morro.
E ninguém entende que para uma dda diagnosticada é mais difícil ainda se concentrar em algo que é propriamente impossível de gerar concentração. E eu quase morro. E resmungo, e tento achar metáforas que expliquem para os outros seres viventes, conformadamente fazendo a sua parte, que aquilo ali quase me desespera. Que eu quero gritar, mas que as forças se esvaem. E que a vida escorre de mim, e que eu não posso fazer nada a respeito. Sou uma plantinha sem água, eu digo. E suspiro. E digo que estou murchando, que estou secando e que estou morrendo. Porque eu estou.
E as pessoas dizem que eu pareço feliz, principalmente em uma quarta feira, mas que estou com cara de ursinho carinhoso, com os olhos semicerrados, em câmera meio lenta. E dizem que quando eu uso as metáforas para explicar meu desespero, que eu estou ficando fofinha. Porque eu digo coisas fofinhas, porque isso é muito desestimulante demais. Mas isso só quer dizer que esta batalha está sendo vencida pelos arquivos que vêm da frança, e que se acumulam. E que eu preciso olhar, e adaptar os textos, e corrigir os absurdos. E que me fazem querer morrer. E então, quase morta, eu fico fofinha.
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