Mais do mesmo. Eu falo demais. Sempre. E reclamo demais. E sou ríspida, apesar da fofura que se estabeleceu nas últimas semanas, que eu não entendo e que já se faz notar, e rende piadas engraçadinhas. Eu acho que concordo. Talvez sim. Talvez eu esteja ficando simpática, e fofa, como não se cansam de me acusar. Eu tiro meus anéis e coloco as luvas. Faz frio. As mãos continuam geladas, mesmo dentro da camada grossa de lã. Sinto os pelinhos do braço arrepiarem, as pontas dos dedos frias, os olhos querendo fechar. Eu queria estar em casa. Quietinha. Com as luzes apagadas, no máximo um abajur. A tv jogando imagens sem sentido, um livro no canto, as revistas japonesas emprestadas, que só agora descobri que abrem pelo lado de trás. Tantas cores. Queria folheá-las sem culpa, sem pressa. A tv ligada, passando alguma coisa sem sentido, qualquer coisa. Meu caderno azul e umas canetas coloridas, pra fazer uns rabiscos, copiar falas de filmes, fazer listas de tudo o que ainda não vi.
Não é de férias que eu estou falando. É de tempo, de distância. Vontade de ficar sozinha. Não por dois ou três dias, até quando eu quisesse. Sem culpa, sem telefonemas. Pijamas o dia todo. Seriados. Sem relógios, sem despertadores, sem celular. Sem campainha, interfone ou qualquer outro tipo de apito. Nada que me perturbe, nada que me distraia de mim mesma.
Água quente, comida quente. Almofadas. Os gritos estão abafados e eu fiquei fofa.
Não é de férias que eu estou falando. É de tempo, de distância. Vontade de ficar sozinha. Não por dois ou três dias, até quando eu quisesse. Sem culpa, sem telefonemas. Pijamas o dia todo. Seriados. Sem relógios, sem despertadores, sem celular. Sem campainha, interfone ou qualquer outro tipo de apito. Nada que me perturbe, nada que me distraia de mim mesma.
Água quente, comida quente. Almofadas. Os gritos estão abafados e eu fiquei fofa.
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