segunda-feira, 15 de agosto de 2011

do not walk.

então eu tinha decidido sair. fui buscada, nem procurei, olha só. me ligaram, vem aqui, fala com o diretor, com o vice presidente, e eu disse assim pro meu menino. vou só olhar, mal não faz, veja bem.


e eu fui, e eles me perguntaram porque é que eu queria sair da firma colorida e eu MENTI, menti que queria crescer mais (que nem é mentira, mas não é tipo algo que não aconteceria na firma colorida), que não queria estacionar, que achava que o projeto tava chegando num ponto que eu já estava satisfeita. eu menti.

a verdade é que sim, eu perdi aquele encanto com a firma, com as pessoas (não todas, mas uma parte relevante, vá lá), mas não, eu não perdi o encanto com o trabalho. não tem projeto que eu goste mais, não tem dia a dia que me dê mais prazer, e meu sorriso é sincero quando eu vejo os resultados chegando. é sim. porque são, agora, estamos contando, 1 ano e 8 meses de trabalho árduo, e nem pasta do projeto tinha na rede, podem me chamar de romântica mas a primeira sementinha está lá, e fui eu que plantei. e lá estava eu na outra firma, em troca da promessa de maiores méritos e riquezas, vejam bem, mentindo pra eles e pra mim de que já era hora de andar.

e nem era, olha só.

O que eu consegui com isso tudo? junto com a proposta, uma gastrite, uma dor absurda de despedida de cada cantinho, de pensar que isso aqui ia continuar lindo e que seria outra pessoa no meu lugar, vendo isso acontecer.

era demais pra suportar.

uma boa conversa com a coordenadora fofa e todo um horizonte se abriu na minha frente. eu respirei fundo, chorei mais um pouco, concordei secretamente com daniel querido, que sabendo da minha decisão de sair e tendo passado por isso um ano antes, me disse. eles vão foder a sua cabeça.

e sim. foderam. não bem eles, mas todo esse mundo que eu quis vivenciar e que é meu. e não tem parabéns que não seja também pra mim, não tem reconhecimento que não seja meu, também. o que fode a minha cabeça, na vida, é o meu amor pelo meu trabalho. e não. nenhuma decisão, por mais incrível ou promissora que seja, vai ser tomada com a cabeça, enquanto eu me arrepiar desse jeito com o meu trabalho sendo reconhecido, e sendo BOM.

porque é bom, sabe? é sim. :)

com isso, depois do meu looping eterno do vou ou do fico, depois das lágrimas, do medo de me arrepender, da sensação de perda antecipada, eu cheguei à conclusão mais óbvia do mundo.

hora de andar porra nenhuma.

hora de ficar. e colher, um a um, os frutos do meu trabalho. são meus. e eu não vou deixar pra ninguém, não.


Um comentário:

fer. disse...

sempre acreditei que a decisão mais difícil é a de ficar, de enfrentar os pesares e não se encantar com as promessas.

:)