sábado, 3 de janeiro de 2009

All About Eve, ou She's Got Bette Davis Eyes



Acabo de assistir A Malvada (All About Eve). Eu, que ultimamente fico impaciente com alguns filmes, me vi absolutamente hipnotizada pela história, que eu já conhecia por alto e que rendeu, digamos assim, pequenas inspirações, desde Tudo Sobre Minha Mãe, do Almodóvar, até minha adorada vilã de Celebridade, Laura Prudente da Costa, a cachorra.

Bette Davis era, pra mim, nada mais do que alguma atriz importante lá dos anos 50, que inspirou a música She’s got Bette Davis Eyes que, por sua vez, no meu iTunes, toca na voz da Gwyneth Paltrow na trilha do filme Duets. Nem fotos dela eu tinha olhado, não fazia muita idéia ideia (ai, reforma ortográfica, sem acento. quero morrer) de quem era. Nunca tive curiosidade de checar o que seriam os tais olhos de Bette Davis, alardeados na música. Achava que ela era a malvada do título, até porque as histórias sobre sua personalidade temperamental sempre foram amplamente divulgadas. Uma diva.

Muito para a minha surpresa, Bette não é a Eve do título em inglês. Ela é a vítima. E isso pra mim foi realmente uma novidade. Eu achava que ela era a vilã, talvez porque – já melhor informada – ela tenha dado forma a várias vilãs do cinema. E nesse filme ela é a vítima. Uma atriz que dá abrigo a uma jovem que quer mais que tudo ocupar seu lugar nos palcos. E mente, e trapaceia, e essas coisas todas que a gente vê por aí. Tipo a Flora. Tipo a Laura, mesmo. E Bette Davis é incrível. Já comecei a correr atrás dos outros filmes dela, e farei, assim, uma imersão.

Com relação aos olhos de Bette Davis. Eles são meio esbugalhados, but in a good way. Ostentam um certo ar blasé, com as pálpebras meio preguiçosas, assim, de permanecerem totalmente abertas. Me impressionou um pouco a semelhança com a atriz Maria Zilda Bethlem, apesar de eu só me dar conta que era ela que Bette me lembrava depois de mais de uma hora de filme. Porém, na hora em que o rosto me veio, ficou. Achei as duas bem parecidas mesmo. Susan Sarandon também got Bette Davies eyes. E também é parecida, bastante.

Fui no IMDB, descobrir mais curiosidades sobre a atriz. Fiquei até meio envergonhada de saber tão pouco, eu, que sempre me interessei tanto por cinema, que sempre reservei tanto espaço no cérebro pra esse tipo de informação. Well, nada que tempo não conserte. Internet ta aí é pra isso mesmo. Ela tem frases geniais, politicamente incorretas até dizer chega. Eu gosto, particularmente. O filme é de 1950, as personagens fumam o tempo todo, e eu estranhei um pouco. O cinema vem nos treinando para julgar o politicamente incorreto. Os personagens fumam muito, soltam grandes baforadas, algumas antes da primeira refeição do dia. Em ambientes fechados, restaurantes. E eu lá. Ué, e pode? Claro que pode. Anos 50. Podia. As pessoas eram mais livres. Um desfile de casacos de pele, e eu me vi recriminando as atrizes, os figurinistas, um absurdo. Mas naquele época, muito do glamour do cinema era dado exatamente pelas peles. Mesmo achando de gosto duvidoso – e tendo nojinho, mesmo, ew – não dá pra não achar aquela atmosfera interessante. Os penteados, os vestidos longos, as peles. Tem Marilyn Monroe em um papel secundário, mais uma primeira vez, aqui. Ainda não assisti nada dela. O filme é todo em preto e branco, e eu nem me incomodei.

Então, agora eu sei exatamente o que são os tais Bette Davis’s eyes.


maria zilda bethlem e susan sarandon

Um comentário:

Rozzana disse...

eu tenho ess filme e estou sempre revendo. a interpretação dela é fantástica.