sexta-feira, 2 de setembro de 2011

season finale

não existe salto sem vertigem, disse a doutora freud. deitada no divã, eu sabia. era hora de andar.


dois dias depois eu pedi demissão da firma colorida.

***

não porque eu não gostasse do que eu faço, mas porque eu já faço há um tempo e é hora. quando, há poucos dias, eu resolvi ficar, eu não sabia, mas já havia algo diferente acontecendo comigo. o let go.

***

a firma colorida tem disso. é meio mãe. te envolve numa névoa, te abraça quentinho, te serve chocolate quente e salada de frutas. zona de conforto. o maior conforto do mundo. o tipo de conforto que a gente sabe que deve escapar, porque distrai, seduz, confunde. e você se vê sentado por meses, por vezes anos, fazendo a mesma coisa, dia após dia. 

eu me prometi não deixar essa névoa me distrair. eu devia isso à garota que chegou com a vida empacotada no carro, ouvindo george michael cantar faith, se preparando para uma vida grandiosa. essa névoa gostosa e quentinha me deixaria no mesmo lugar, fazendo a mesma coisa, sendo feliz, feliz pela vida.

mas vejam bem. no mesmo lugar.

***

outro sinal veio. outra vida me foi apresentada. de novo. uma vida ainda mais grandiosa. fora da zona de conforto. grandes desafios, grandes méritos. e eu devia àquela garota cheia de planos essa resposta. porque era isso que ela buscava quando largou tudo apostando todas as fichas no que ela sabia.

a resposta era sim.

então, bem no aniversário de três anos do meu caso de amor eterno com essa cidade cinzenta, eu rompo o meu relacionamento sério e estável com a firma colorida. e vou ali buscar um pouco mais do que eu mereço. 

dá licença.

3 comentários:

Isadora disse...

esse é o esquema: buscar mais.
eu acho.
vamos tentando, ao menos.

boa sorte!

Daniela disse...

Fantástico! Te desejo muita sorte. A zona de conforto me seduz tanto que eu tenho uma mega admiração porque consegue sair dela...

Rozzana disse...

Sorte, Ç!
Beijo,