segunda-feira, 5 de setembro de 2011

da outra vez que eu decidi pedir demissão eu sofri. me tranquei no banheiro e chorei. me despedi mentalmente de cada cantinho, do chocolate quente, das pessoas, mesmo aquelas com quem eu troco dois ou três olhares, quando muito, por dia.

era tão óbvio que eu não estava pronta. ainda.

quanto tempo se passou desde o dia em que eu achei que tinha jogado dinheiro pela janela? dez dias. tempo exato pra eu entender que eu não devia ter medo, que era hora de respirar fundo e pular. eu não me arrependi de não ter aceitado ir para a firma número 1. eu queria um projeto feliz, assim como o meu. algo que me desafiasse, que me fizesse ter ideias novas.

dez dias depois eu tinha certeza, ainda da minha decisão de ficar. o meu salto não era aquele. era outro.

era esse.

e quando eu decidi pedir demissão, de novo, foi estranhamente fácil. eu olhei pro projeto com uma sensação de tarefa cumprida. desapego. olhei para as pessoas com uma pontada sofrida no coração. porque sim, eu fiz amigos aqui. e mesmo os que não viraram amigos são pessoas que eu gosto de ter na paisagem. e eu vou sentir saudades deles.

mas o pedido de demissão veio com um sorriso e uma boa conversa. eu expliquei o que acontecia comigo, essa impossibilidade de ficar parada, eu precisava do movimento. recebi de volta um sorriso meio aborrecido, desconcertado, um abraço verdadeiro e elogios ao meu trabalho. foi uma das coisas que mais me aqueceram nos últimos dias, essa conversa. de término, de despedida, mas de certeza de que deu certo. e que sim, é a minha hora de ir.

e eu vou. 

a outra firma é incrível. parece um clube. anne louise chamava de centro de entretenimento, porque era divertido. ela trabalhou lá há muito, muito tempo, quando eu era a garota que trabalhava no rio e ela a garota que trabalhava em são paulo. agora ela trabalha na firma mais incrível do mundo (mesmo), e eu, dentro de alguns dias, na firma centro de entretenimento.

o mais engraçado é que eu pedi demissão numa sala de reunião que tinha vista para o prédio da firma nova. e foi pra ele que eu olhei durante a conversa.

tô feliz, sabe? 2011 toma disparado a dianteira na briga por melhor ano que essa cedilha aleatória aqui já viu. muito amor. muito mesmo.

2 comentários:

neutron disse...

nunca mais leio teu blog enquanto janto, porque né? engasgada master :P

é sempre bom vir pra cá e ver como tem gente aí nesse mundão que pensa de forma tão parecida comigo. e, Às vezes, de forma tão diferente. dá um fôlego, sabe?

boa sorte e as melhores vibrações pra você, madame! e nem pense em me deixar sem as impressões da casa nova ;)

j.artur disse...

a mudança é difícil, mas sempre necessária. e, afinal, o que seria da vida sem essas mudanças, não? a grande graça é a gente não saber o que vai acontecer, é simplesmente deixar acontecer.
se vai dar certo? ninguém sabe. mas é preciso tentar. parabéns pela coragem! :)