quinta-feira, 29 de janeiro de 2009

Benjamin Button



Fico lendo por aí, todo mundo absolutamente fascinado. É bom. Não chega nem perto dos meus filmes favoritos no mundo todo. É uma história bonita, chegou a me comover em alguns momentos. Mas não. Não é um filme absolutamente excelente. Ainda não vi os outros indicados ao Oscar, não posso comparar. Nem vi tantos filmes assim ano passado, pra saber se algum outro filme genial teria sido esquecido, ignorado nas premiações. Oscar também não é um bom parâmetro pra nada. Brilho Eterno só foi indicado por melhor atriz (Kate Winslet) e Melhor Roteiro Original.

Voltando a Benjamin. Não sou especialista em cinema, não chego nem perto. Não sei fazer grandes análises. Sei observar, sei me informar. Eu não entendo de cinema, mas eu SEI de cinema. Tenho memória excelente, guardo detalhes, tenho referências. Benjamin Button me lembrou Forrest Gump. Tá, que o roteirista é o mesmo. Saquei. Me lembrou Peixe Grande, do Tim Burton, talvez pela parte mais fantasiosa da história, da propositada falta de compromisso com a realidade, com a vontade de fazer pequenas piadas no meio de todo o drama. O amigo pigmeu, o relógio correndo ao contrário. Me lembrou Titanic, várias e várias vezes. Talvez fosse por causa de toda a água, talvez porque o cinema estivesse cheio, me obrigando a sentar lá na frente, embaixo da tela, exatamente como aconteceu com Titanic.

O que mais me incomodou em Benjamin Button, talvez, o que me tenha trazido de volta à realidade durante todo o filme, o que me tenha feito assistir com um pouco de reservas, foi a sensação de que o filme queria ser como aqueles pocket books com dicas para viver a vida. Seja você. Let go. A cada vez que esse tipo de retórica aparecia, eu ficava cética. Lembrava do tal professor americano com câncer no pâncreas, dando palestras para estudantes, dizendo que a vida deve ser vivida de tal jeito. Me lembrava do Pedro Bial arruinando com o comercial do Filtro Solar, ou o comercial no original, absolutamente incrível. O filme também me lembrou “No Pressure Over Capuccino”, da Alanis. O final foi uma parte da letra da música, com outras palavras. Essa é a minha letra preferida dela, então eu até achei muito legal. Mas ficou aquela coisa meio salada, sabe?

Eu me lembrava de Lendas da Paixão, por causa da Julia Ormond. E do Brad Pitt. E quando ele ia ficando mais e mais novo, eu me lembrava dele girando a linha de pesca no rio, no filme Nada é para Sempre. Filme antigo, velho mesmo. O pior é que, justamente na parte em que ele se parecia com ele em Nada é Para Sempre, a história ficava repetindo, ora na narração em off, ora na fala dos personagens, que nada é para sempre. Ok. Got it.

Brad Pitt é uma coisa, né? Eu nem acho o rosto dele tão bonito, mas aí a câmera ganha uma certa distância, e eu ganho uma certa perspectiva. Meodeos. Bom ator ele já provou que é, e eu nem acho que Benjamin Button fez tanto por ele. Ele foi mais perfeito em outros filmes. Cate Blanchet é linda. Só consigo dizer isso. Quantos anos ela tem? Linda. Quisera eu chegar à idade dela com a mesma pele, o mesmo corpo.

Continuo achando Brilho Eterno o melhor filme do mundo. E continuo aguardando o filme que me deixe tão desconcertada como esse filme me deixou, há anos e anos atrás.

sábado, 24 de janeiro de 2009

BBB9, again

Eu tinha me esquecido desse detalhe. O big fone não elimina ninguém. Porque fica aquela aura de injustiça em volta. A Francine está na lista, obvio, pra ganhar o anjo. A voz falou. 3 nomes, um pra ir pro paredão, um pra ser imunizado. Leo seguiu a mesma ordem. Botou Naiá, pro paredão. Francine, pro anjo. Parou e pensou. Olhou pra todo mundo, e ficou meio nítido que o terceiro nome estaria ali só pra completar o numero exigido.

Fico feliz, porque eu não queria correr o risco de ter Francine e Max no mesmo paredão. Principalmente depois do Bial, ontem, ter insinuado que duas pessoas podem sair juntas no paredão. Ficou a dúvida. Eu ainda não sei em quem o líder vai. Penso que pode ir no Alexandre, mas também me ocorrem Nonô e a própria Francine. Ela não faz a menor questão de socializar com o outro lado, ficou dias repetindo que preferia tudo antes do muro cair. E eu acho que, não indo por ele, chances existem de ela ir pela casa. Naiá já votou nela semana passada.

A Naiá vira um caso a parte. Primeiro ela falou que o Léo não tinha fé, porque era judeu. Depois falou que a filha dela havia sido largada pelo marido, trocada, um absurdo, por uma mulher pobre e “de cor”. Pediu que a Francine votasse na Ana, porque a sua “netinha” estava lhe fazendo mal, ali. Fica grudada na Ana Carolina o dia todo, a garota até queria dar o anjo pra ela, mas é só virar as costas que a Naiá dispara o veneno. Agora, ela foi dizer pro Newton que o Alexandre enche seu saco, e que ele não é "chegado à coisa". Num programa que já premiou, há algumas edições, um homossexual. Falta a Naiá agredir quem, agora? Judeus, negros e gays. Ficou algum grupo de fora?

Eu nem acho que ela devesse sair, ainda. Porque ela ainda é peça importante no jogo. Antes dela, acho que outros podem sair. Não gostei da Josiane, e tenho certeza de que ela se deu mal quando Newton marcou território. Porque ela devia flanar graciosamente entre os dois grupos, até dar tempo de se posicionar. Mas ele fincou a bandeirinha, e ela aceitou. Ela sabia que o grupo B era o mais divertido, disseram pra ela quando ela estava na bolha. Criar briguinha com a Priscila, que acaba de voltar de um paredão e faz parte do grupo queridinho não me parece uma decisão sábia. Ir fazer leva e traz da Francine pro líder tampouco. Emanuel foi naturalmente atraído para o grupo B, mas nem parece ter muito a contribuir, ainda. Parece um bobão, ainda preocupado com os próprios passos dentro da casa.

Leo me ganhou hoje. Ele não tem nada de protagonista, convenhamos. É tipo o Flavio, coadjuvante. Flavio só brilha quando está perto de alguém como o Max, ou o Léo, ou a Milena. Em dupla. A cara do Léo, quando acabou de cumprir a tarefa do big fone, foi genial. Prendendo o sorriso. A Francine ficou desesperada, ao ver o nome dela na lista. Acho que ela é quem menos deve se preocupar.

quinta-feira, 22 de janeiro de 2009

ironic

Entrei numas de que eu não deveria ir no show da Alanis. Primeiro, porque não havia viv’alma que quisesse me acompanhar. E eu gosto de ir a shows acompanhada, ainda que passe quase duas horas em transe, sem nem me importar muito onde estarão as pessoas que foram comigo. Depois, porque eu não escutei NADA do cd novo dela. Fui deixando pra depois, pra depois, larguei pra lá, aí, já viu, né? Peguei o não-motivo falta de dinheiro sobrando, pra juntar aos outros, mas verdade seja dita. Se eu quisesse ir MESMO, eu disponibilizaria o montante. Daí fiquei de mimimi, deixando pra ver isso depois, pra decidir isso depois. E li, no UOL, que os ingressos de São Paulo esgotaram. Deu dorzinha no coração, mas uma parte mais racional do meu cérebro mandou engolir o choro, e me disse que eu não ia morrer se não estivesse lá. Quase me convenci. Daí li que ela chegou, cantou com os índios, nadou com os golfinhos, e fiquei pensando: “Que prega. Ainda bem que eu passei dessa fase, e posso guardar na memória somente os bons tempos, em que Alanis era cool.” Agora ela é uma louca que vai cantar com os golfinhos e nadar com os índios, sei lá qual era a ordem. E dá, no UOL, que o show dela não empolgou, que ela mal interagiu com o público e o show foi apenas correto. E eu achei meio bom, pra ficar ainda menos culpada. Podia ter parado por aí, ter lido alguma coisa sobre bbb aquecimento global. Mas não. Cliquei no link. Porque, né? Eu não aprendo.


E fiquei sabendo que ela abre o show com The Couch. Morri. E continua com Uninvited, Thank U, All I Really Want e Not The Doctor. Head over Feet, Sympathetic Character, Perfect, You Oughta Know. Hand in My Pocket, Everything, So Pure, You Learn, Ironic. Tem uma ou outra música que eu não conheço perdida no meio dessas, que eu gosto. Morri oito milhões de vezes.

+_+

quarta-feira, 21 de janeiro de 2009

jantar, emprego e tênis de oncinha

Considerando o meu histórico de ultimamente, eu não vou passar na tal entrevista. Eu já comecei a tentar me acostumar com a idéia, caso resolvam realmente apostar em mim. Não é o lugar que eu queria trabalhar quando decidi largar tudo e vir pra São Paulo. No Rio, eu já fazia o que não gostava. Jogar tudo pro alto faz parecer que eu só devo fazer o que eu gosto, efetivamente. Mas, convenhamos, não é assim que a vida real funciona. E eu tenho tempo para fazer outros acertos de rota. A mudança de cidade já foi um GRANDE acerto de rota.

Daí hoje teve um jantar aqui em casa, para amigas que ainda não tinham vindo ver o apartamento. Um dos namorados presentes trabalha na Converse, e obviamente foi bombardeado com questões sobre falsificações and stuff. Aliás, descobri uma história maravilhosa, sobre o motivo de Converse no Brasil ser All Star. Talvez seja história batida, mas fato é que eu desconhecia. E achei genial. Conto mais tarde, em outro post. Palavra de escoteira.

O engraçado é que ele fica muito contrariado mesmo quando falamos dos tênis falsificados, e me ensinou a, pela sola, identificar um tênis legítimo de um não-legítimo. Os não-legítimos, por assim dizer, têm lá o seu encanto, e ele não teve como discordar. Apenas silenciou. Daí, aproveitei a presença ilustre para pedir informações sobre o tênis que eu mais quero comprar, e que não é fácil assim de encontrar.

Um converse de oncinha, de pelinho. Preciso. Quase desanimo com a idéia de investir no sapato que, caso eu seja raptada pelas paredes cinzas do corporativo, ficará guardado no armário. Mas eu preciso tanto, sabe? Quase condiciono minha felicidade a isso, nesse momento. Um tênis de oncinha. Se eu não for aprovada, ando pelas ruas com ele, e boto foco total em alguma empresa que não se importe que eu me calce com animal print engraçadinho. Se eu for aprovada, o sapato terá um significado especial, um statement de que algumas coisas can’t be taken away from me.

domingo, 18 de janeiro de 2009

Nas minhas aprofundadas análises de big brother, so far, tirei algumas conclusões.

Gosto da Francine. Mesmo que ela tenha tido a pachorra de dizer na entrevista pro site que seu ator preferido é o Keanu Reeves, que Shania Twain canta sua música preferida e que Ana Maria Braga é seu exemplo de inteligência. Quase morro lendo essas coisas. Mas ela é levemente irônica e sarcástica, e acaba sendo engraçada. O que, pra mim, é sempre ponto positivo. Ela dá mole pro Max, claramente meu preferido, ainda que fora do jogo pareça um idiota. No jogo ele funciona. Funciona tão bem que o velho sacou, e ao invés de mandar a velha louca esclerosada pro paredão, começa um mini complô com Leo e Flavio contra o fazedor de bonequinhos de biscuit. O lado A, por influência da Ana Maria Braga wannabe, vai no Leo. Norberto, se achando, vai no Max. Canibalismo, o nome disso. A partir daí, esse grupo vai fica desvantagem, enquanto o outro, por menos personalidade que tenha, está coeso, unido, se protegendo. E a casa se resumirá a um bando de homens bombados que competem sobre quem pega mais mulher na night, duas princesinhas insuportáveis e mimadas, uma adEvogada e uma velha louca, unidos, tirando, primeiro as popozudas, depois as preparadas, depois o baile todo. Leo e Flávio se mostram dois babacas, puxando o saco do velho. E esse velho, hein? Meodeos. Tudo bem que as garotas facilitam, inclusive Francine (que eu acho que é jogo), mas ele é absolutamente nojento.

Milena eu não suporto. Destaque pra ela dizendo que deu um toco no Jared Leto, num vôo. Jared Leto. Aham.

Jared, Milena te despreza, beijos.

Priscila até pode ter coração bão, mas sinceramente eu me distraio no meio de tanta carne e músculos. Fico medindo os braços dela. A coxa dela tem o mesmo diâmetro da minha cintura. Não dá. Agora há pouco ela chupava os dedos, se insinuando pro Flavio. Luciana Gimenez awaits for you, bitch.

Flavio é bobo até dizer chega. Mas é ruivo, e eu daria mais um tempinho de jogo pra ele. Mesmo achando que é só figuração, mesmo, o papel dele ali.

Leo serve pra ser queimado em breve. Não consegue juntar duas palavras, é desarticulado pra falar e pra pensar. Clueless. E puxa-saco. Odeio puxa-saco.

Norberto é nojento. Nojento.

Lado A? Não sei, não assisto. Não consigo.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Sala de justiça (2)

O andar de baixo é ainda mais imponente. É lá que ficam todos os acionistas e a diretoria. Vc sai do elevador e tem dois seguranças. Sério. Dois seguranças. Me lembrei de quando eu malhava na academia junto com as putas lá no Rio de Janeiro, e que tinha um bicheiro e a sua namorada que também malhavam lá. E tinha dois seguranças, lá, na porta da sala de musculação, pro caso, assim, de alguém sair meio surtado de uma aula de spinning e resolver explodir os miolos do maluco. A namorada dele, aliás, tinha a maior bunda que eu já vi na minha vida. Não era grande pros lados, como anda super na moda (vide mulheres fruta). Era grande para trás, muito grande. Eu devia ter fotografado, só pra poder exemplificar a aberração que aquilo era.

Dois seguranças. Antes eu tinha ido no andar de cima, onde ontem me disseram que era tudo formal. Diretor de RH. Fui logo avisando. Eu não sou assim tão formal, eu venho de internet, veja só. É óbvio que eu me adapto, pelo menos na parte das roupas. Eu começo com o tal salto fino e posso apostar, APOSTAR, que em breve meu sapatinho verde imprimirá estilo àquelas paredes cinzentas. Give me some time. Mas, ainda assim, achei tenso. Daí descemos para esse andar onde estavam os seguranças, e onde estava o diretor que queria me entrevistar. E eu entrei num corredor inteiro de granito branco, onde o ar condicionado mais gelado mostrava que o troço ali era mais primeiro mundo. O diretor foi extremamente simpático, e novamente elogiou o currículo. Aparentemente eu sou boa. Óbvio que eu sou, mas é sempre bom ver mais gente notando isso. Antes, a impressão que eu tinha é que só eu sabia que eu era boa. Agora, mais gente aponta isso, e secretamente eu solto gritinhos infantis.

Ainda assim, nada definido. Estou com os pés atrás. Os dois. É um mundo tão grown up, esse. Grandes decisões, essas coisas que botam medo. Existe toda uma questão de eles saberem se devem apostar em mim, uma espécie de fedelha com piercing no nariz. E toda uma outra questão de eu saber se devo apostar neles, metidos em seus ternos e escarpins. Não é uma coisa de desespero pra ser aprovada. Não nesse caso. Parece que estamos em posições equivalentes.

Pollyanna

Tá.

Concentremo-nos nos pontos positivos.

Quando eu me embananei pra passar o cartãozinho no sensor, veio um cara me ajudar. E ele era super bonitinho.

Sala de justiça

Existem dois tipos de trabalho. Os trabalhos que eu posso fazer, e os que eu quero fazer. Infelizmente, aparentemente, na minha vida, essas duas coisas não se misturam.

Todos os trabalhos que eu realmente quis fazer não vieram pra mim. Teve aquele trabalho super ótimo naquela empresa que eu queria, e que era tudo na minha área, e tinha alguém ligeiramente mais experiente. E eu fiquei bem chateada mesmo. E continuo meio inconformada, achando que eu ainda era a melhor opção para a vaga. E aí surge essa outra empresa. Gigante, daquelas que têm o nome sempre nas páginas de economia dos jornais. E eles têm essa vaga, e eu fui lá ser entrevistada. Sabe quando vc sabe que está agradando? Quando a sua entrevista com o Rh de repente vira entrevista com a coordenadora, que a Rh fez questão que te conhecesse? E todo mundo impressionado com o tal do currículo, e várias anotações de caneta ao lado das informações de praxe. E, de repente, o seu telefone já tocou 3 vezes durante a tarde, marcando entrevistas novas, primeiro com um diretor que teria que aprovar a contratação, e tal, e depois com um diretor extra, que também tem que te conhecer. E aí vc tem que voltar no dia seguinte?

Isso é bom sinal, né? Deve ser. Porque quando é vaga que eu quero muito, em empresa que eu quero muito, o telefone emudece. Mas hoje não. Toca o tempo todo. E eu estou deveras assustada.

Começou porque a empresa é formal, do tipo sapato de bico fino e calça social. Depois porque a vaga é formal, com acesso quase que direto a um dos donos. A sala de justiça. Onde as tais decisões importantes são tomadas. Eu digo o que ele dirá, como será dito, que palavra deve ir no lugar de que palavra, pra ser simpático, persuasivo ou qualquer outra coisa que ele queira ser naquele momento. Cartas pra jornais de grande circulação? Check. Cartas pra ministros? Check. E eu estou aqui, agoniada. Porque, na segunda entrevista, fui informada de que o clima lá é formal. Como se eu não pudesse perceber isso sozinha. Mas me foi informado. Que o clima é formal, tá? E eu, que estava fantasiada de calça social e saltinhos fofos, fiquei me perguntando se toda aquela ênfase seria por causa do brilhantinho no nariz. E me disseram que o ambiente não só é formal, como silencioso. Tipo. Não devemos fazer barulho. Não devemos sorrir, não devemos conversar. Nem sobre o tempo, nem sobre o que houve na rua, nem sobre a televisão. Tudo muito sério.

E eu só consigo pensar que isso não pode ser boa coisa. Porque eu vou ter que me fantasiar de uma pessoa que eu não sou. Deixando as sapatilhas verdes, ou o casaco engraçadinho e cheio de personalidade no armário. E vestir uma personalidade nova, que não me pertence. Uma persona séria, focada, silenciosa. Eu, que sempre gostei tanto do meu próprio barulho. Que sempre me achei espirituosa, e engraçada. Que sempre tive certeza de que, se algo em mim merece atenção, é a personalidade.

Vou lá amanhã, né? De novo.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Era premonição

o tal cheiro de tinta.

Na minha casa, agora, existe um quarto azul. O da roomie.

sábado, 10 de janeiro de 2009

tinta

É um cheiro de tinta. Não tinta normal. Lembra quando a gente era criança, e brincava de tintas, fazendo desenhos para levar pra casa e presentear a mãe? Era uma tinta líquida, de cheiro forte, um cheiro muito específico. Ela secava rápido, e a tia da escola colocava o papel, assim, num varalzinho, preso com pregadores coloridos tipo os de roupa. E então o desenho secava e a gente levava pra casa. Me lembro de 4 cores, apenas. Vermelho vivo, verde escuro, azul e amarelão. Eu, criança, misturava todas, fazia um borrão que ficava marrom, quase preto. Feio. Ali eu enxergava casas, cachorros, a família toda. O céu, aviões, flores e árvores.

É essa tinta, nenhuma outra. Não é guache, embora lembre, de leve. Era mais forte o cheiro, e mais abundante. Cheiro de tinta de jardim de infância, sabe qual?

Eu senti esse cheiro há meses atrás, em casa, sozinha. No Rio, ainda. Um cheiro de escolinha, teletransporte imediato. Não tinha de onde vir, janelas fechadas, mas estava ali, super forte, entrando pelo meu nariz e preenchendo cada ambiente. Passou, esqueci.

Agora, de novo. Tarde da noite, no meu quarto, a mesma tinta, o mesmo cheiro.

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

Gossip Girl (L)


Gossip Girl é, hoje, em sua segunda temporada, by far, das melhores coisas que apareceram nos últimos tempos.

As histórias são bobas? Sim, algumas. Mas nem todas. Todos ali têm segredos, todos ali tem traços maldosos na personalidade, não tem um personagem que tenha sido apenas bonzinho em todos os episódios. Eles são cruéis, e vingativos, humanos. Nenhuma história é rasa, nada é colocado ali por acaso, os episódios sempre terminam de forma surpreendente, deixando ganchos para os próximos e me deixando absolutamente louca esperando o próximo download. As roupas, meodeos, adoro. Os figurinos da Blair, Jenny e Vanessa. Não dá pra ser indiferente.


E aí tem Chuck Bass. Que quem lê isso aqui, ainda que remotamente, sabe que eu amo. Primeiro porque o ator é uma graça, com olhinhos rasgados que eu não acho iguais por aí. Segundo, porque sempre existe um ar meio anos 20 em torno dele, uma coisa meio gangster, meio sombria. Terceiro, golpe fatal, ele faz um garoto sofrido, que se esconde no sarcasmo e na crueldade. São dele as maiores cenas, as melhores histórias, os diálogos mais impactantes. Eu gosto de gente amargurada. Coloque alguém amargurado numa série, e ele será o meu favorito. E aí tem a Blair, né? Blair Waldorf tentando ser aristocrata, mas se despedaçando em joguinhos com Chuck. Ela sempre perde. Ele gosta dela, ela gosta dele, mas eles são Chuck e Blair, devem permanecer separados. E, separados, ficam mais juntos do que qualquer outro casalzinho que se veja por aí. A ligação entre os dois é óbvia, mesmo quando eles estão se agredindo, ou se ignorando. Ele tem rompantes de extrema delicadeza, mascarados com hostilidade. Blair diz que o ama. Ele diz. Too bad for you. Porque ele não consegue dizer, esse peso ele não suporta. Mas é sempre pra ela que ele corre. É sempre ela que ampara Chuck. A única mão estendida que ele aceita é a dela. Mesmo que não admita, e fuja de novo logo depois. E é aí que vemos que, de fútil, Blair não tem nada. Ela se desespera, e corre atrás dele. Ela sabe que é a única pessoa com quem ele pode contar. E não se acovarda, assume seu papel, e não desiste mesmo depois que ele a agride, humilha, machuca. Ela persiste. E ele amolece. E se entrega um pouquinho, e fica tão óbvio que ele a ama. Pra logo depois começar tudo de novo. Chuck e Blair têm, hoje, lugares fixos na minha lista de casais preferidos de séries.

quarta-feira, 7 de janeiro de 2009

BBB9, primeiras impressões



Parece que o grande lance desse início de BBB9 é que tem 18 participantes, mas só 14 entrarão, de fato, na casa.

Os outros 4, sortudos, vão parar é dentro de uma bolha, e ficar em exibição pública no Shopping Via Parque. Humilhação total. Um deles ainda consegue voltar pra casa, pelo que li, pela escolha do público. Outro será acompanhado pelo site (booooring) e os outros dois que sobrarem, bem, foda-se.

Então eu, que já fui melhor nisso de julgar sem conhecer, estou aqui, quebrando a cabeça pra saber quais serão os 4 sortudos escolhidos para a bolha.


Naiá. A Globo posa de moderninha, incluindo gente mais velha. O público, que não quer ver outra Cida aeromoça, ou outro Agostinho dizendo "Obrigado Brasil", na casa, bota Naiá na bolha. Porque, cá entre nós, ninguém vai querer ver alguém que não pode se exibir na piscina, ou fazer casalzinho.

Norberto. Mesmas razões de naiá. tenho pra mim que ele deve ser engraçado, e espirituoso, e carismático. Mas, a menos que ele mostre isso nos primeiros minutos de conversa com Bial, vai pra Bolha.

Milena. Primeiro, porque ela me lembrou uma professora de educação física lá das primeiras edições, personal trainner, eu acho, nem lembro o nome. Lembro que essa uma saiu na primeira semana, isso sim. Bronzeada demais, loura, tem cara de marrenta. Carisma zero.

Ralf. Alguém mais achou ele parecido com o Marcos, panaca mór da última edição? Não sei se são as sobrancelhas amorfas, a boca meio torta, não sei. Só sei que eu não agüento ver outro Marcos na casa.

Ainda nas previsões, acho que Norberto sai da bolha e vai para a casa. E acho que Naiá vai ser acompanhada pela internet.

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

O pior de tudo é o trema

não sei se eu vou conseguir dizer adeus.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Atenção: Maysa não é como um computador

E, portanto, não pode ser programada. Capiche?

Daí fui ver Maysa, né?

Uma coisa me deixou deveras intrigada. Numa cena, bem no início, quando mostra a cantora meio decadente, dizendo que cantou numa churrascaria, o pai dela diz:

(parágrafo, travessão) Filha, grave um disco...

Maysa responde.

(parágrafo, travessão, all over again) Papai, eu não sou como um computador, que pode ser programado, cante isso, cante aquilo.

+_+

Maysa morreu em 1977, segundo minha querida Wikipédia. Há 30 anos. 30 fucking years.

Sim, já tinha computador. Em algum laboratório ultra secreto dos estados unidos, uma máquina que pesava toneladas estava sendo desenvolvida. O ancestral do PC. Computador não era parte da vida das pessoas, e não poderia simplesmente ser utilizado numa conversa corriqueira, entre pai e filha. Naquela época, será que Maysa sabia que computadores podiam ser programados? Será que alguém sabia disso, ao ponto de usar esta informação como referência? Será que alguém sabia o que era um computador?

Nem vídeo cassete programava naquela época. Nem vídeo cassete. Lembram do vídeo cassete? Então. Ele não programava. Porque ele também não estava zanzando pelos lares brasileiros.

(aliás, comofas? video cassete, videocassete, video-cassete? zerei, desprogramei total.)

Por essas e por outras, decreto que não gostei. Deveria ter assistido Pantanal, que tá nos momentos finais. A ironia é que Pantanal também foi dirigida pelo Jayminho. Antes de ele contratar ex mulher, mulher, cunhado e dois filhos pra trabalharem com ele.

Morri.

sábado, 3 de janeiro de 2009

All About Eve, ou She's Got Bette Davis Eyes



Acabo de assistir A Malvada (All About Eve). Eu, que ultimamente fico impaciente com alguns filmes, me vi absolutamente hipnotizada pela história, que eu já conhecia por alto e que rendeu, digamos assim, pequenas inspirações, desde Tudo Sobre Minha Mãe, do Almodóvar, até minha adorada vilã de Celebridade, Laura Prudente da Costa, a cachorra.

Bette Davis era, pra mim, nada mais do que alguma atriz importante lá dos anos 50, que inspirou a música She’s got Bette Davis Eyes que, por sua vez, no meu iTunes, toca na voz da Gwyneth Paltrow na trilha do filme Duets. Nem fotos dela eu tinha olhado, não fazia muita idéia ideia (ai, reforma ortográfica, sem acento. quero morrer) de quem era. Nunca tive curiosidade de checar o que seriam os tais olhos de Bette Davis, alardeados na música. Achava que ela era a malvada do título, até porque as histórias sobre sua personalidade temperamental sempre foram amplamente divulgadas. Uma diva.

Muito para a minha surpresa, Bette não é a Eve do título em inglês. Ela é a vítima. E isso pra mim foi realmente uma novidade. Eu achava que ela era a vilã, talvez porque – já melhor informada – ela tenha dado forma a várias vilãs do cinema. E nesse filme ela é a vítima. Uma atriz que dá abrigo a uma jovem que quer mais que tudo ocupar seu lugar nos palcos. E mente, e trapaceia, e essas coisas todas que a gente vê por aí. Tipo a Flora. Tipo a Laura, mesmo. E Bette Davis é incrível. Já comecei a correr atrás dos outros filmes dela, e farei, assim, uma imersão.

Com relação aos olhos de Bette Davis. Eles são meio esbugalhados, but in a good way. Ostentam um certo ar blasé, com as pálpebras meio preguiçosas, assim, de permanecerem totalmente abertas. Me impressionou um pouco a semelhança com a atriz Maria Zilda Bethlem, apesar de eu só me dar conta que era ela que Bette me lembrava depois de mais de uma hora de filme. Porém, na hora em que o rosto me veio, ficou. Achei as duas bem parecidas mesmo. Susan Sarandon também got Bette Davies eyes. E também é parecida, bastante.

Fui no IMDB, descobrir mais curiosidades sobre a atriz. Fiquei até meio envergonhada de saber tão pouco, eu, que sempre me interessei tanto por cinema, que sempre reservei tanto espaço no cérebro pra esse tipo de informação. Well, nada que tempo não conserte. Internet ta aí é pra isso mesmo. Ela tem frases geniais, politicamente incorretas até dizer chega. Eu gosto, particularmente. O filme é de 1950, as personagens fumam o tempo todo, e eu estranhei um pouco. O cinema vem nos treinando para julgar o politicamente incorreto. Os personagens fumam muito, soltam grandes baforadas, algumas antes da primeira refeição do dia. Em ambientes fechados, restaurantes. E eu lá. Ué, e pode? Claro que pode. Anos 50. Podia. As pessoas eram mais livres. Um desfile de casacos de pele, e eu me vi recriminando as atrizes, os figurinistas, um absurdo. Mas naquele época, muito do glamour do cinema era dado exatamente pelas peles. Mesmo achando de gosto duvidoso – e tendo nojinho, mesmo, ew – não dá pra não achar aquela atmosfera interessante. Os penteados, os vestidos longos, as peles. Tem Marilyn Monroe em um papel secundário, mais uma primeira vez, aqui. Ainda não assisti nada dela. O filme é todo em preto e branco, e eu nem me incomodei.

Então, agora eu sei exatamente o que são os tais Bette Davis’s eyes.


maria zilda bethlem e susan sarandon