E foi mais ou menos assim que o assunto começou. Leo apareceu no MSN reclamando que lá no trabalho dele rolava um papo de que ele botava medo nas pessoas. Ele, naturalmente, ficou paranóico. Eu ficaria. Eu já estive nessa situação e fiquei. Paranóica.
Então eu comecei a apelar para o óbvio. Seja fofo. Leo não é fofo, não mesmo. Nada, nada. Eu não sou fofa. Nada, nada.
O problema é que alguns de nós somos incompreendidos. É muito mais fácil uma pessoa não ir com a minha cara à primeira vista do que gostar de mim, assim, do nada. Pergunta pra Julinha. Pergunta lá pra outra garota. Pergunta pra Julinha.
Julinha é fofa. Julinha usa coisas cor de rosa, fala coisas no diminutivo. Julinha tem pena dos animaizinhos e usa produtos que não agridem o meio-ambiente. Eu sou super preocupada com o meio ambiente, mas uso maquiagem da natura. E dizem que natura testa os cremes em gatinhos. E eu continuo usando. Eu falo alto, e rápido, e a minha voz sai firme e sem doçura nenhuma. As gentes todas se assustam. Eu sou irônica, e sarcástica, e levemente ácida, e politicamente incorreta. Eu tenho mais de 1,70, o que já é por si só um fator ameaçador. Mas eu sou um doce, sabe? Sou querida, boa amiga, gente boa. Fui fazer terapia pra descobrir essas coisas. Antes, eu achava de mim o que acham as pessoas que mal me conhecem. Antes, eu achava que eu botava medo.
Então, lá no trabalho antigo, eu também não era, assim, uma miss simpatia. Mas eu tratava a todos com educação. Por favor, obrigada, bom dia, boa tarde e boa noite. Not enough. As pessoas continuavam não indo com a minha cara, tirando os que conviviam mais, as equipes com as quais eu trabalhava diretamente. Daí eu lancei um modo de comportamento que eu denominei Sugar High. E que consiste basicamente em sorrir até doerem as bochechas, perguntar da família, elogiar o outfit ou o novo corte de cabelo. Porque é disso que o povo gosta, de atenção.
Então eu comecei a apelar para o óbvio. Seja fofo. Leo não é fofo, não mesmo. Nada, nada. Eu não sou fofa. Nada, nada.
O problema é que alguns de nós somos incompreendidos. É muito mais fácil uma pessoa não ir com a minha cara à primeira vista do que gostar de mim, assim, do nada. Pergunta pra Julinha. Pergunta lá pra outra garota. Pergunta pra Julinha.
Julinha é fofa. Julinha usa coisas cor de rosa, fala coisas no diminutivo. Julinha tem pena dos animaizinhos e usa produtos que não agridem o meio-ambiente. Eu sou super preocupada com o meio ambiente, mas uso maquiagem da natura. E dizem que natura testa os cremes em gatinhos. E eu continuo usando. Eu falo alto, e rápido, e a minha voz sai firme e sem doçura nenhuma. As gentes todas se assustam. Eu sou irônica, e sarcástica, e levemente ácida, e politicamente incorreta. Eu tenho mais de 1,70, o que já é por si só um fator ameaçador. Mas eu sou um doce, sabe? Sou querida, boa amiga, gente boa. Fui fazer terapia pra descobrir essas coisas. Antes, eu achava de mim o que acham as pessoas que mal me conhecem. Antes, eu achava que eu botava medo.
Então, lá no trabalho antigo, eu também não era, assim, uma miss simpatia. Mas eu tratava a todos com educação. Por favor, obrigada, bom dia, boa tarde e boa noite. Not enough. As pessoas continuavam não indo com a minha cara, tirando os que conviviam mais, as equipes com as quais eu trabalhava diretamente. Daí eu lancei um modo de comportamento que eu denominei Sugar High. E que consiste basicamente em sorrir até doerem as bochechas, perguntar da família, elogiar o outfit ou o novo corte de cabelo. Porque é disso que o povo gosta, de atenção.
Mas nem sempre, né? Porque cansa. Nos outros dias eu era só educada mesmo.
Não sei dizer se surtiu efeito, propriamente, porque eu acabei meio sem paciência com aquelas pessoas lá, e pulei fora antes de testar a eficácia do meu método. Deletei no mesmo dia uma boa parte deles do meu MSN, e quem permaneceu, permaneceu porque EU gosto, e passou da categoria co-worker para a categoria amigo. Quase a metade. Uma boa média.
Leo, que não é fofo, assim como eu, tem que se esforçar. Sorria, elogie, seja feliz. Seja a pessoa mais legal do mundo, shiny happy people, laughing e holding hands. O povo costuma comprar.