domingo, 6 de fevereiro de 2011

nenhum joão vem desacompanhado, me disse o menino, emendando com seu segundo nome o raciocínio. sei bem disso. sou filha e irmã de joões, cada qual com seu nome que segue. fiquei pensando em algum joão que eu tenha conhecido, que tenha sido assim, só joão. até o menino jornalista da firma colorida tinha nome duplo. mas só que o dele não era joão.

esse joão era meio bobo, mas não de um jeito ruim. eu fico pensando até que ponto eu estou estragada pra vida. porque eu passei o tempo todo enquanto estávamos juntos meio que pensando que ele era um idiota e que aquilo não iria pra frente, anyway. porque eu não servia, ele não servia, ninguém serve. a gente fica atribuindo valor às pessoas. assim como nenhum joão é só joão, tem que ser algo mais, tem que vir acompanhado de um segundo nome cheio de pompa e circunstância. e eu passei o tempo todo pensando que aquele joão ali, adormecido, aquele joão não teria o meu telefone. eu não atribuiria a ele nenhum valor, nenhuma expectativa, nenhuma frustração. 


porque ele até pode ser joão alguma coisa, mas não pra mim. pra mim, aquele ali era joão ninguém.

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