é engraçado olhar essas paredes. troco de quarto, afofo os travesseiros. meu menino voltou pra são paulo hoje de manhã. volta na sexta. pra me ver. tem sido assim, desde que eu me escondi na cidade siderúrgica pra tratar os pés. passinhos curtos. toda uma vida pra chegar nos lugares. aproveito pra não colocar em dia a leitura que havia separado. fico lendo feeds, blogs de menininhas, de decoração. fico pensando no próximo apartamento, aquele que vai existir no ano que vem. novas paredes, novos contornos. nova vida. essas paredes aqui eu conheço, conheço bem. me esconderam quendo eu era uma garota insegura e feiosa, escondida atrás das tiradas engraçadinhas.
essa cedilha aqui é outra. mais velha, mais segura, ainda meio perdida, mas já com algumas certezas. sapatos novos no armário. queria tanto TANTO que meus pés não gritassem para entrar neles. baby steps. e-mails queridos de pessoas do trabalho, perguntando como eu estou, dizendo que o gerente chefe da chefa que é louca anda perguntando por mim nas reuniões. é bom isso, saber que faço falta. eu sinto falta da minha mesa em L, dos meus cartões, do chocolate quente. sinto falta da internet que não me deixa na mão, da roomate fazendo bolos, do fim de tarde em pinheiros, solzinho entrando pela janela, faria lima do alto. sinto falta das rampas da garagem. de poder ver meu menino assim, num estalar de dedos. sexta feira. cinco dias. as semanas têm sido uma contagem até a hora em que ele aparece, sorriso no rosto e aqueles braços. fico pensando na vida. quero voltar.
mais uns dias. falta pouco.
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