terça-feira, 10 de novembro de 2009

e aí eu tava vendo 500 days of summer

e o filme é leve, e triste, e real. e mostra a vida como ela é, as coisas como elas são, nem sempre as pessoas ficam juntas, e coisa e tal. porque é timing. você pode gostar da pessoa, mas a pessoa pode não gostar de você o mesmo tanto. ou você pode não estar numa fase específica pra se envolver, e essa era justamente a hora que a outra pessoa tava preparada. e quando você se prepara, a outra pessoa passou do ponto. e se distraiu, e se descomprometeu. e conheceu outra pessoa. timing, mesmo.

ver a história do tom e da summer me lembrou de boa parte dos foras que eu tomei na vida. eu não me lembro de ter dado algum grande fora, eu sempre tive cuidado de fazer as coisas de um jeito que fulaninho não saísse magoado. não tive a mesma sorte. meus foras sempre foram homéricos, dignos de choro em praça pública, olhos borrados de rímel e mundo se acabando. alguns dos foras nem envolveram, de fato, algo real. eram frutos de paixão platônica mesmo, aquela coisa bem 13 anos, mas que dói que nem gente grande.

e a tela se divide, enquanto o coração do tom se parte. de um lado, as expectativas dele. summer prestando atenção, summer fazendo carinho. do outro lado da tela, a realidade. summer envolvida com os amigos, tom bebendo cerveja sozinho num canto, invisível. summer mostrando a aliança de noivado pruma menina. e tom sai correndo, enquanto regina spektor embala com voz doce e piano cheio de raiva. e a dor do tom era um pouco minha, de todas as vezes que a minha tela se dividiu em duas e eu pude ver, lado a lado, o que eu queria que acontecesse e o que, de fato, acontecia.

e tem a cena mais no final, que também é a cena do começo, em que ela coloca a mão em cima da dele, no banquinho no parque. e diz que se apaixonou. por outro. e o rosto do tom se contorce, e eu sinto doer cada cantinho da pele. porque a gente sabe bem como é isso. todo mundo já passou por isso uma vez. duas. dez. a dor de olhar de perto quem você ama e saber que aquilo não pode ser. porque não há nada ali, de volta, pra você.

achei o filme fofo. achei sincero. to com smiths na cabeça, e acho que "to die by your side, it's such a havenly way to die" ficará em looping na minha cabeça a semana toda. gostei do figurino, dos personagens se vestindo de azul, em todos os tons, em todas as cenas. da franja da zooey. cheguei em casa e prendi um rabo de cavalo alto, assim como o dela. pra ver se ornava, aproveitando que a minha franja cresceu a quase cobre os olhos, assim como a dela. well. eu não sou zooey. sou tom.

o menino tem covinhas. só pra constar. tô na minha.

5 comentários:

Caru disse...

Chorei. Chorei lendo. Sou Tom também.

Senior disse...

Sou amigo do Tom, no karaoke.

Ilma Borges disse...

sou amiga do tom no karaokê também.

meu aniversario inclusive, será em um, na Buenos aires, no centro.


to na minha. como sempre. também.

Aline disse...

Desculpe a intromissao, nao te conheco mas encontrei seu blog e gotei. como é sua vida posso ler?

Aline

Anônimo disse...

Your blog keeps getting better and better! Your older articles are not as good as newer ones you have a lot more creativity and originality now keep it up!