Eu preciso dizer que, nesses últimos dias antes das tão sonhadas férias, eu operei a 17% da minha capacidade. É verdade. Um sono absurdo tomou conta da minha pessoa, os dias foram longas esperas pelo passar das horas. E eu produzi pouco, quase nada. Tem dias que eu faço mais, tem dias que eu faço menos. Eu tenho feito menos, ultimamente, muito menos do que eu poderia. A verdade é que eu estou bem cansada mesmo, um cansaço estranho, que nem é por falta de sono não, é falta de, sei lá, brilho. A gente tem uma brincadeira no trabalho que imita uma propaganda, de algum carro offroad, onde as pessoas precisam ter mais contato com a natureza. E tem uma planta num canto, e as pessoas passam e ficam muito impressionadas com a planta. E o comercial termina com a fala de alguma pessoa, quase que em choque, exclamando “Há vida neste vaso!”. E sempre que alguém está animado com algum projeto, rola a mesma brincadeira, do “Há vida neste vaso!”. E não há vida neste vaso, no meu. Eu sou uma espécie da planta, seca, no canto da parede, desmaiada, aborrecida, contando o passar do tempo e fingindo que não estou ali. Isso me deixa um pouco frustrada, porque afinal de contas, eu tenho tanto a oferecer, e sou tão absurdamente cheia de idéias, e até mesmo acima da média, sem falsa modéstia. Mas eu fico ali, operando a 17% da minha capacidade, porque só me exigem mais ou menos 20%. E esses 17% são a minha forma de me rebelar contra o sistema, dizendo que se é pouco o que querem, então eu faço menos ainda. Rá. Quero ver quem ganha esse joguinho.
Se me quisessem a 100%, eu daria 110%. Mas é assim mesmo. As pessoas têm o que merecem. Não mais do que isso.
Se me quisessem a 100%, eu daria 110%. Mas é assim mesmo. As pessoas têm o que merecem. Não mais do que isso.
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