quinta-feira, 14 de junho de 2007

Quarta feira. Há tempos atrás esse seria um dia normal, comum, apenas ali, recheando a semana. Um dia sem graça, simplório, tacanho, medíocre e sem personalidade. Acontece. Mas aí chegou o estagiário insolente por aqui, provando por A mais B sua teoria de que as quartas feiras são dias amaldiçoados, do demo, que apenas existem para ferrar com a vida dos desavisados. E ele começou a me mostrar que as coisas bizarras, chatas pra caramba, sempre dão um jeito de acontecer, não na terça, não na quinta, mas na quarta. Sempre na quarta.

Eu fiquei doente numa quarta. Meu MBA dos infernos é sempre quarta e hoje, especialmente, é dia de uma prova absolutamente imbecil. Alguns feriados acontecem na quarta, só para que não seja possível emendar. Eu acordo, me arrumo, ponho minha sapatilha de bolinhas e, ao escovar os dentes antes de sair, sinto o pé meio gelado. Olho para baixo, estranho, meu pés estão molhados. O chão está molhado. A água pingava de dentro do armarinho da pia, ok, abro a porta e uma pequena cachoeira se forma, límpida. A fonte? O cano da pia, que o zelador do prédio - claramente mais bem informado que eu – não tardou a me apresentar. “É o rabicho, dona madame Ç. Só comprar outro que nóis troca pra sinhora.” Rabicho. Ok. Rabicho pra mim é diminutivo de rabo, um fiapinho no fim da coluna dorsal dos mamíferos. Mas, aparentemente, também se trata do cano maldito que pinga sem parar, agora, nesse exato momento, lá na pia do meu banheiro. Quarta feira, senhores.

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