A Paris que merece atenção agora, no entanto, é outra. Loura, magra, bêbada, ex-amiga de Britney, ex-amiga de Nicole Ritchie, inimiga declarada de Lindsay Lohan e aquela uma que fazia a Marissa, do The OC. Paris andou fazendo bagunça, bebendo em excesso, dirigindo sem habilitação. Paris precisa de amigos. Suas amigas estão ocupadas demais vomitando, ou entre idas e vindas da reabilitação, entre cabeças raspadas e gritos de “eu sou o anticristo”. Paris está só.
Eu já ia com a cara de Paris há tempos. Nada melhor nesse mundo do que não ter o que fazer, e ter dinheiro. Ela mora em um hotel, eu assisti ao seu E! True Hollywood Story, com depoimentos da tia, da mãe e de amigas. Não precisa trabalhar, pode apenas dilapidar o patrimônio dos Hilton. Ela pode dilapidar o patrimônio durante toda a sua vida, full time, e ainda assim passará seus últimos anos em um daqueles centros especializados em idosos, tomando champanhe e aguardando sua hora. Paris conseguiu sair sem grandes arranhões do episódio do vídeo de sexo com o namorado oportunista. Guardou sua dor e seguiu em frente. O maligno deve lucrar com isso até hoje. Paris confiou em Nicole, sua amiga dos tempos de The Simple Life, aquele reality que eu nunca quis ver, e Nicole, provavelmente drogada em uma festinha em casa, achou que seria divertido exibir a amiga em um telão, novamente em vídeo. E a amizade se partiu. Paris e Nicole romperam, é possível que a loura bêbada até tenha vertido algumas lágrimas de decepção, mas logo logo, ao pipocarem na mídia especializada (?) as notícias de que a pobre filha de Lionel Ritchie padecia com a anorexia, Paris não se fez de rogada. Pegou seus muitos dinheiros e destinou-os à amiga em apuros, em forma de pizzas, grandes, gordurosas e suculentas, que chegavam à casa da enferma, diariamente, no mesmo horário. Paris é brilho, eu pensava. A garota concordava.
E quando Britney se viu só, recém-separada, gordinha, com dois filhos pra criar, Paris disse: I’ll be there for you, honey. E esteve lá, e levou-a de limusine nas baladas todas dos Estados Unidos, e deu bebida pra ela, e apresentou seus amigos maluquinhos, e disse que a vida continuava, e que ela precisava “move on”. E a Britney pegou o então namorado da loura com nome de cidade, um grego maluco que parece que também é podre de rico. Eu lembro da Britney que queria casar com o príncipe William, que cantava “i’m not a girl, not yet a woman”, mas essa que Paris, querida, recolheu da sarjeta, se muito, cantava que era escrava de alguém em um clipe meio cheio de lama. E Paris não se importou, e disse que tudo ia ficar bem. E Paris perdeu o namorado. E aí a Nicole pediu perdão pelas maledicências todas, Paris chorou e perdoou, criatura nobre que é.
E elas comemoraram, e beberam champanhe, vodka, whisky, latinhas de energético. E Paris pegou o carro e foi presa. E saiu em condicional, bebeu, pegou o carro e foi presa, e perdeu a habilitação. E pegou o carro de novo, e agora terá de ficar atrás das grades mais de um mês. Grounded, de castigo, whatever. E papai Hilton inventou de deserdá-la, como se as coisas já não estivessem feias o suficiente. Eu tenho pena de Paris, sim senhor. Muita pena de Paris.
Por isso eu queria uma camiseta “Free Paris”, pra usar agora, nesse exato momento. E eu queria fazer um abaixo-assinado pra que o pai dela tivesse compaixão, e continuasse soltando seus dinheiros na mão da pobre loura. E que a polícia lá dos estados unidos não prendesse a pobrezinha, e que ninguém mais fizesse vídeos de momentos íntimos para conseguir dinheiros depois, e que nenhuma amiga nunca mais colocasse as mesmas cenas no telão para divertir seus convidados. E que nenhuma amiga, e nem muito menos a Britney, voltasse a roubar seus namorados, que a Cameron Diaz parasse de dizer que está feliz que ela vá para a cadeia, e que todo mundo continuasse dando bebida pra ela. Porque Paris é café-com-leite, Paris é brilho.
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