Eu tento pensar em pessoas feias e me lembro que, depois de cinco minutos, quando elas ganham três dimensões, voz, personalidade, movimentos, ninguém é mais tão feio assim. Isso acontece, pra mim, com qualquer caso de extremos. Se a pessoa for muito bonita, cinco minutos depois ela vai ser normal, comum, bonitinha. Perde o brilho. Se a pessoa for muito feia, depois de cinco minutos vai ficar legal, normal, feinha. Ganha brilho. Todo mundo, na minha cabeça, depois daqueles cinco minutos de choque, está fadado ao equilíbrio. Os muito belos passam brilho para os muito feios e todos viram cor pastel.
O fato é que eu tentei definir a minha forma de classificar espécimes humanos que trombem comigo por aí. E, se há algum tempo, a parte estética até tinha alguma expressividade, hoje nem tem mais. Eu me guio por preceitos básicos de comportamento. Não gosto de gente mal educada. Não precisa ser simpático, não precisa saber se portar em frente a estranhos. Gosto de gente que diz bom dia, que segura a porta do elevador enquanto eu me enrolo passando o cartão na maldita da roleta. Gosto de quem dá a passagem, de quem se veste cobrindo partes do corpo que eu não me interesso em ver, como barriga e afins. Depilação em dia, por favor. Olheiras cobertas com base, corretivo, pancake, argamassa. Se eu faço, não me digam que não dá. Cabelos domados, primordial. Pomada, leave in, produto é o que não falta. Odeio quem se veste de forma vulgar, chamativa. Sempre fui adepta da teoria de que menos é mais. Não gosto de quem invade espaço dos outros. Mas, em geral, o que mais me emputece é falta de educação mesmo. Não segurar a porta do elevador é muito ruim. Há algum tempo, um dos diretores da empresa em que eu trabalho, mesmo tendo me visto logo atrás dele, entrou no elevador e foi embora. Sem mim. Achei tão horrível isso. No dia seguinte, a mesma coisa aconteceu, só que eu era a privilegiada, perto do elevador. Fiz questão de segurar a porta. E de dizer bom dia.
Atualmente, essa pessoa é uma das mais feias que eu conheço.
O fato é que eu tentei definir a minha forma de classificar espécimes humanos que trombem comigo por aí. E, se há algum tempo, a parte estética até tinha alguma expressividade, hoje nem tem mais. Eu me guio por preceitos básicos de comportamento. Não gosto de gente mal educada. Não precisa ser simpático, não precisa saber se portar em frente a estranhos. Gosto de gente que diz bom dia, que segura a porta do elevador enquanto eu me enrolo passando o cartão na maldita da roleta. Gosto de quem dá a passagem, de quem se veste cobrindo partes do corpo que eu não me interesso em ver, como barriga e afins. Depilação em dia, por favor. Olheiras cobertas com base, corretivo, pancake, argamassa. Se eu faço, não me digam que não dá. Cabelos domados, primordial. Pomada, leave in, produto é o que não falta. Odeio quem se veste de forma vulgar, chamativa. Sempre fui adepta da teoria de que menos é mais. Não gosto de quem invade espaço dos outros. Mas, em geral, o que mais me emputece é falta de educação mesmo. Não segurar a porta do elevador é muito ruim. Há algum tempo, um dos diretores da empresa em que eu trabalho, mesmo tendo me visto logo atrás dele, entrou no elevador e foi embora. Sem mim. Achei tão horrível isso. No dia seguinte, a mesma coisa aconteceu, só que eu era a privilegiada, perto do elevador. Fiz questão de segurar a porta. E de dizer bom dia.
Atualmente, essa pessoa é uma das mais feias que eu conheço.