tem esses momentos na vida em que eu preciso ficar quietinha. acontece quando o trabalho atropela, quando alguém me trata mal, quando eu fico meio perdida, muito ocupada, achando que fiz alguma coisa errada. eu calo. meu trajeto se transforma em casa, trabalho, casa, e às vezes, no trajeto, nem música eu ligo no carro. quando ligo, volta ela, regina spektor, cantando doce e me fazendo querer acreditar que a vida pode se resumir ao instante enquanto a música não acaba.
eu fico pensando que em outras fases como essa, eu teria entrado em casa em uma sexta feira à noite, cortinas fechadas, pra sair na segunda de manhã. ficaria quietinha, olhos no computador, comidas facilmente mastigáveis, banhos longos. dormindo, acordando. com meu menino do lado, me forço a sair. restaurantes, viagens de final de semana. abraço compridos e suspiros profundos. poucas horas de sono, olheiras escondidas debaixo de uma grossa camada de corretivo. a vida segue.
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