sexta-feira, 29 de agosto de 2008

Faith

E então, domingo passado, dirigindo na Dutra em direção a São Paulo, eu me dei conta de que algo grande estava acontecendo, ali, naquele momento. Eu estava finalmente colocando em prática algo que queria há mais de um ano, me mudando para o lugar onde, há muito tempo, eu tinha decidido que era onde eu deveria estar.

O carro abarrotado de coisas, caixas, roupas e livros, o som alto, um sol lindo de domingo à tarde. No banco do carona, umas anotações sobre as ruas que deveria pegar, umas impressões de mapas do google, um leve frio na espinha com medo de errar o caminho. Dirigir em São Paulo é diferente, meu pai não se cansa de repetir, você erra uma entrada e precisa fazer uma volta de 40 km pra voltar pro lugar. Pois bem. Pra quem aprendeu a dirigir em cidade pequena, dirigiu durante anos no Rio de Janeiro, errando muitos caminhos, mas depois dando um jeito e chegando onde pretendia, São Paulo não pode ser tão difícil assim. Eu vim cantando alto o caminho inteiro, george michael, veja bem. I've gotta have faith.

Marginal Tietê, frio na espinha, Marginal Pinheiros, saída correta, virar algumas ruas, fazer a volta numa praça grande, ler placas, olhar rapidamente o mapa. Cheguei certinho. O prédio é velhinho e o apartamento será dividido com uma roomie que parece ser absolutamente diferente de mim. Ok. Vai dar tudo certo.

Quatro viagens de elevador, porque o prédio não tem daqueles carrinhos de supermercado que ajudam na hora de descarregar bagagens, ou compras. Anoitecendo, músculos doloridos de tanto carregar caixas, geladeira vazia. Eu não posso morar numa casa que não tem café. E açúcar, pra adoçar. Fico sem cama hoje, sem problemas, mas sem café jamais. Esfriando. Caixas espalhadas, me jogo na aventura de ir ao supermercado. Que fica pra outro post, já que supermercado em São Paulo é uma experiência complexa. Comprei café, açúcar, pilhas e Coca-Cola. Pra me sentir em casa.

Um comentário:

Senior disse...

Welcome to the jungle, my friend!