então eu e o meu menino fomos morar juntos. quer dizer. ele veio, eu permaneci exatamente onde estava. o quarto vazio que havia sido ocupado pela roomate ganhou mesas. a minha e a dele. minhas roupas continuam espalhadas, e parecem ter se multiplicado agora que o espaço nos armários aumentou. não sei, sinceramente, como elas cabiam no espaço anterior. convenci o namorado que, melhor que a bagunça, seria ele topar que o terceiro quartinho, menor e desses reversíveis, virasse só meu. ele topou incrivelmente rápido, e agora eu ando afogada em referências no pinterest para um espaço absolutamente girlie, com minhas roupas organizadas em araras. um quarto de vestir. só meu. <3
os outros armários podem ser dele, e podem abrigar aquelas coisas todas que a gente acumula e que são equivocadamente chamadas de bagunça. caixas da apple que a gente não consegue jogar fora (são tão bonitas), toalhas, caixa de remédios. a gente tem se divertido trocando lâmpadas, porque segundo ele eu sempre usei lâmpadas erradas, e os olhos dele ardem. eu passo meu tempo tentando ler as revistas antes de organizá-las. as cadeiras chegaram, e foram caras o suficiente para esperarem a mesa mais um pouquinho. nesse meio tempo, me distraio com referências de lustres e paredes coloridas.
as pessoas me dizem que eu casei. acho a referência tão séria. um dia a gente casa. e eu vou vestir algum vestido com ares de melindrosa, só porque eu mereço. por enquanto, o clima é bom, de mais um passo, de mudança. ajuste dos planos de tv a cabo e internet, ajuste da quantidade de frutas que a gente consome, da frequencia das idas ao supermercado. dos horários de dormir. ajuste da vida em geral.
nunca nunca eu fui tão feliz. nem sabia que a vida podia ficar assim.