Aqui em São Paulo, aparentemente, eu moro numa rua que tem muitas festas. Não foi a primeira desde que eu cheguei, e certamente não foi a última. E então todo mundo combinou de vir aqui pra casa. E veio. E são pessoas que já vieram aqui, amigos, desses novos que eu tenho feito, todos muito queridos, todos. E tinha cerveja, e música, depois não tinha mais música, e tinha conversa, e tour pelo apartamento, que é pequeno, e uma volta de 360º em torno do próprio eixo já resolve.
E chegaram pessoas que eu não conhecia, mas que iam pra baladinha, que é assim que se chama festinha em São Paulo. E, algum tempo depois, umas duas horas, sei lá, a gente resolveu, então partir, ali pro outro lado da rua, pra essa festa. E contando as cabeças na porta nos demos conta de que alguém tinha ficado pra trás, dentro de casa. E não deu outra. Resolvemos trancar o maluco, às gargalhadas, e fingir que tínhamos ido. Uma gritaria no corredor. Acontece que eu e a roomie temos uma vizinha. E a porta dela é MUITO perto da nossa. E nós esquecemos que a vizinha, assim, existia at all. E dá-lhe gritaria no corredor, e gargalhadas. Eu costumo ser super preocupada em não incomodar, vigio até o volume da TV. Nem me ocorreu que a gente tivesse vizinha, àquela altura do campeonato. Já chegando no elevador, a vizinha aparece na porta, muito puta mesmo, com toda razão. Pijamas, cabelo solto e desgrenhado. Era 1h da manhã. E eu nem tinha me dado conta, podia ser, sei lá, 22h, 23h. Na minha cabeça.
A vizinha deu um mega esporro, gritando mais alto do que todos nós, disse que aquilo era absurdo – porque era – e que era falta de respeito, e que ela acordava cedo. Nem me ocorreu, ali, de pedir desculpas na hora. Descemos para a festa, com a idéia de tentar recompensá-la pelo incômodo. Mas depois, né? Quando eu finalmente voltei da festa, algumas horas depois da roomie, vi a caixinha fofa no tapete da vizinha. Me abaixei, peguei o bilhete e li o pedido bêbado de desculpas, que era meu, também. Pensei comigo, que ótemo que ela tenha pensado nisso, já que a vodka não me deixaria ir ali, até o supermercado, pensar em agradar a vizinha. Mas roomie pensou. E tinha um resto de sobriedade pra colocar as coisas no lugar.
Dia seguinte, batidas na porta. Não temos campainha, até iríamos colocar uma, mas depois achamos mais legal não ter, e forçar batidas na porta. Era a vizinha. Cara doce, cabelos penteados, voz trêmula. Pedindo DESCULPAS. Por ter brigado com a gente. Eu disse que ela tinha toda a razão, e que a gente não tinha se dado conta do barulho, mesmo, etc. Mas era ela pedindo desculpas. Desculpas por ter se incomodado com o nosso barulho, praticamente. Chocolates operam milagres nessa vida.
Note to self. Próxima festa, fazer menos barulho. Ou então, convidar a vizinha, ou então comprar chocolates, e deixar na porta, antes mesmo de fazer barulho.
E chegaram pessoas que eu não conhecia, mas que iam pra baladinha, que é assim que se chama festinha em São Paulo. E, algum tempo depois, umas duas horas, sei lá, a gente resolveu, então partir, ali pro outro lado da rua, pra essa festa. E contando as cabeças na porta nos demos conta de que alguém tinha ficado pra trás, dentro de casa. E não deu outra. Resolvemos trancar o maluco, às gargalhadas, e fingir que tínhamos ido. Uma gritaria no corredor. Acontece que eu e a roomie temos uma vizinha. E a porta dela é MUITO perto da nossa. E nós esquecemos que a vizinha, assim, existia at all. E dá-lhe gritaria no corredor, e gargalhadas. Eu costumo ser super preocupada em não incomodar, vigio até o volume da TV. Nem me ocorreu que a gente tivesse vizinha, àquela altura do campeonato. Já chegando no elevador, a vizinha aparece na porta, muito puta mesmo, com toda razão. Pijamas, cabelo solto e desgrenhado. Era 1h da manhã. E eu nem tinha me dado conta, podia ser, sei lá, 22h, 23h. Na minha cabeça.
A vizinha deu um mega esporro, gritando mais alto do que todos nós, disse que aquilo era absurdo – porque era – e que era falta de respeito, e que ela acordava cedo. Nem me ocorreu, ali, de pedir desculpas na hora. Descemos para a festa, com a idéia de tentar recompensá-la pelo incômodo. Mas depois, né? Quando eu finalmente voltei da festa, algumas horas depois da roomie, vi a caixinha fofa no tapete da vizinha. Me abaixei, peguei o bilhete e li o pedido bêbado de desculpas, que era meu, também. Pensei comigo, que ótemo que ela tenha pensado nisso, já que a vodka não me deixaria ir ali, até o supermercado, pensar em agradar a vizinha. Mas roomie pensou. E tinha um resto de sobriedade pra colocar as coisas no lugar.
Dia seguinte, batidas na porta. Não temos campainha, até iríamos colocar uma, mas depois achamos mais legal não ter, e forçar batidas na porta. Era a vizinha. Cara doce, cabelos penteados, voz trêmula. Pedindo DESCULPAS. Por ter brigado com a gente. Eu disse que ela tinha toda a razão, e que a gente não tinha se dado conta do barulho, mesmo, etc. Mas era ela pedindo desculpas. Desculpas por ter se incomodado com o nosso barulho, praticamente. Chocolates operam milagres nessa vida.
Note to self. Próxima festa, fazer menos barulho. Ou então, convidar a vizinha, ou então comprar chocolates, e deixar na porta, antes mesmo de fazer barulho.
4 comentários:
Que bom que vc e sua vizinha estejam em paz, Madame Ç. Prazer em te conhecer, vc escreve muito bem!
Obrigada por este post, viu? Mesmo. Me dá um pouco de esperança pro futuro.
assinado: pessoa enlouquecida pelo barulho e pelo tô-nem-aí de vizinhos, que fazem ainda mais barulho e escarnecem quando peço para maneirarem, e só param mesmo com ameaça oficial de multa pelo condomínio.
q historia bonita mesmo. eu nunca faria isso. tipo passaria o resto da vida desviando da vizinha. descendo de escada. *o* terror. mas desculpa eu nao pediria. nao pq ela nao mereça. eu q nao sei fazer mesmo.
na proxima, da tequila pra mulher. 10 em ponto.
ficaadica
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