smile like you mean it.
Então, eu trabalhei nos últimos dois anos numa empresa. Não vou entrar no mérito se era ou não uma empresa legal, no sentido do objetivo do negócio. Era uma empresa normal, num mercado que tinha tudo pra ser legal, e acabava não sendo. Talvez por culpa do mercado, talvez por culpa da empresa. Eu acho que por culpa da empresa. A gente fica vendo essas empresas de internet que são super legais de trabalhar. Google, Facebook, Yahoo. Os maiores executivos, não raras vezes os fundadores são caras super novos, geniozinhos, geeks. Eu adoro geeks. Super me identifico. E a empresa que eu trabalhava foi criada por caras novos, três deles. Um sério e mal-humorado, um geek magrelo e gente boa e um louco e engraçado, mas meio freak. Esse era o meu chefe direto. Trabalhar com eles era divertido, não tinha rotina nenhuma. Mas a empresa foi tomando uma forma estranha, e ficando muito ruim de se trabalhar. Porque eles queriam forçar uma unidade que não existia. E veio a festa de fim de ano. E na primeira delas eu fui, de pé quebrado. Joguei pingue-pongue com o sócio nerd a tarde toda, e o amigo-oculto nem foi assim tão traumático. E o ano transcorreu, e a empresa foi tomando umas atitudes escrotas com os funcionários. Tipo obrigar a compensar faltas futuras, criar rotinas de trabalho que incluíam uma hora a mais de expediente sem consultar as pessoas sobre compromissos pessoais pré-agendados, etc. Eu fiquei puta, né? Porque eu acho que tudo deve ser conversado, e combinado. Não gosto de me sentir vítima de decisões arbitrárias. E veio o segundo fim de ano, e eles criaram todo um alvoroço em torno da tal confraternização, once again. E eu vinha num processo de achar aquilo tudo uma grande hipocrisia, e disse que não ia. Ao meu grito se juntaram outros, e a festa até rolou, mas não foi quase ninguém. E o ano novo veio, e eu já não estava feliz, e pedi demissão. E vim pra Sumpolo, aquela história que meio que existe aqui nesse blog. Saí de lá em agosto, mas meus amigos queridos continuam, e eu falo com eles com freqüência. Então, né, eu sei o que anda rolando naquele universo ao qual eu já não pertenço mais.
Primeiro chegou um novo diretor, e botou os 3 ex-sócios, atuais diretores, como consultores. Parece legal, uma golfada de ar puro e fresco. Daí ele disse que queria que a empresa fosse feliz, o que deixou meus amigos felizes, e levemente esperançosos. Eu não, porque eu sou cínica. Quando eu pedi demissão, eu já estava saturada de um jeito que nem dava mais. Podiam pintar a empresa de ouro, subir a temperatura em 10 graus e ainda assim eu ia achar ruim. E ia morrer aos poucos. Podiam me dar a cadeira super foda do meu chefe, e com dor no coração, porque a cadeira era realmente incrível, eu ainda diria no, thanks. Esse diretor novo disse que já que ali era empresa de internet, ia colocar um wii pra galera se divertir. E eu achei legal a iniciativa, mas não adianta ter wii e não poder brincar porque a chefe olha de cara feia, né? Tudo que ia aparecendo de legal, eu ia percebendo que ia deixar a empresa um pouco mais igual ao que ela já era. Porque o problema, ali, é a cultura da empresa, e isso não muda fácil. Tem que trocar equipe, trocar quem ta lá há muito tempo, as múmias, trocar métodos.
E aí veio a festa de fim de ano desse ano. Eu já não estou lá há três meses, e faz onze meses da festa do ano passado, mas aparentemente a ausência em massa do ano passado calou fundo no coração das múmias de plantão. E a festa desse ano é obrigatória. O que não tem nada de “legal”, como a nova direção se propõe a ser, mas que faz algum sentido. E eu sou, acima de tudo e de todos, pro-choice. E acho que as pessoas deviam poder escolher ir, mas dessa eu escapei, né? E que se a empresa fosse assim tão legal, ela NUNCA precisaria obrigar os funcionários a irem na confraternização. Porque sol, churrasco, piscina e prática de amizade ao ar livre deveriam falar por si só. E, se não falam, amigos, é porque ainda há algo de podre no reino da Dinamarca. E agora eu recebo, encaminhado, o email da confraternização. Dizendo que vai ser uma festa explosiva (sic). E que TODOS DEVEM ir, e que devem levar roupas sobressalentes, pra participar das brincadeiras, que são obrigatórias, assim como a festa. Rumores dão conta de que os serviços de um futebol de sabão foram contratados. No meu planeta, isso se chama coação. E assédio moral. E constrangimento.
Duvido que o Google faça uma atrocidade dessas.
Primeiro chegou um novo diretor, e botou os 3 ex-sócios, atuais diretores, como consultores. Parece legal, uma golfada de ar puro e fresco. Daí ele disse que queria que a empresa fosse feliz, o que deixou meus amigos felizes, e levemente esperançosos. Eu não, porque eu sou cínica. Quando eu pedi demissão, eu já estava saturada de um jeito que nem dava mais. Podiam pintar a empresa de ouro, subir a temperatura em 10 graus e ainda assim eu ia achar ruim. E ia morrer aos poucos. Podiam me dar a cadeira super foda do meu chefe, e com dor no coração, porque a cadeira era realmente incrível, eu ainda diria no, thanks. Esse diretor novo disse que já que ali era empresa de internet, ia colocar um wii pra galera se divertir. E eu achei legal a iniciativa, mas não adianta ter wii e não poder brincar porque a chefe olha de cara feia, né? Tudo que ia aparecendo de legal, eu ia percebendo que ia deixar a empresa um pouco mais igual ao que ela já era. Porque o problema, ali, é a cultura da empresa, e isso não muda fácil. Tem que trocar equipe, trocar quem ta lá há muito tempo, as múmias, trocar métodos.
E aí veio a festa de fim de ano desse ano. Eu já não estou lá há três meses, e faz onze meses da festa do ano passado, mas aparentemente a ausência em massa do ano passado calou fundo no coração das múmias de plantão. E a festa desse ano é obrigatória. O que não tem nada de “legal”, como a nova direção se propõe a ser, mas que faz algum sentido. E eu sou, acima de tudo e de todos, pro-choice. E acho que as pessoas deviam poder escolher ir, mas dessa eu escapei, né? E que se a empresa fosse assim tão legal, ela NUNCA precisaria obrigar os funcionários a irem na confraternização. Porque sol, churrasco, piscina e prática de amizade ao ar livre deveriam falar por si só. E, se não falam, amigos, é porque ainda há algo de podre no reino da Dinamarca. E agora eu recebo, encaminhado, o email da confraternização. Dizendo que vai ser uma festa explosiva (sic). E que TODOS DEVEM ir, e que devem levar roupas sobressalentes, pra participar das brincadeiras, que são obrigatórias, assim como a festa. Rumores dão conta de que os serviços de um futebol de sabão foram contratados. No meu planeta, isso se chama coação. E assédio moral. E constrangimento.
Duvido que o Google faça uma atrocidade dessas.
4 comentários:
nossa, nossa, é um história de terror isso aí. ser OBRIGADA a ir à festa e, pior, muito pior, obrigada a INTERAGIR?! trabalhando lá, essa seria minha carta de rescisão. que isso.
eu trabalhei oito longos anos no mesmo lugar e NUNCA fui às festas de fim de ano. já não achava SUPER legal aquele povo no horário comercial, imagina fora dele. enfim, todo mundo reclamava, insistia, mas no final das contas também, pouco importava quem ia ou não ia. as histórias eram as mesmas e o fuzuê acabava na quarta-feira seguinte.
as pessoas em geral me cansam. de fiRRRma então.
so happy that i quit. so, so happy.
pausa.
imagine:
lauriane + futebol + sabão + cabelo
NA MESMA FRASE.
imaginou?
pronto, tive meu dia.
Catarse em forma de post. Obrigada, Cons, por colocar todas esssas palavras em um texto tão bem amarrado. \o/
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