domingo, 1 de março de 2009

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Então foi assim.

O meu telefone tocou, em plena quarta feira de cinzas. Ao desligar, eu tinha um emprego.

Mas calma. Nem tudo é perfeito. Existe uma vaga, muito legal, numa área muito legal, lá naquela mesma empresa que eu queria muito muito trabalhar. É uma vaga temporária, e é nessa parte que as coisas deixam de ser absolutamente perfeitas. Mas vamos lá. Pollyanna.

Tem uma pessoa que vai ter bebê. E eles querem alguém na equipe nesse meio tempo. Quase fico feliz que pessoas ainda resolvam ter filhos, mesmo em um mundo tão horrível como esse em que vivemos. Quase torço para que a criatura caia de amores por seu rebento e diga que não, obrigada, volto não. Minha verdadeira vocação é ser mãe.

Calma, respira.

Fui lá me mostrar absolutamente antenada e genial, e colorida, e cheia de brilhos. Pra no caso de, dando certo, ter 4 meses inteiros pra me mostrar ainda mais antenada, ainda mais genial, colorida e cheia de brilhos. E fazer com que eles cheguem à óbvia conclusão de que não podem viver sem mim. Porque eu já sei disso, há tempos. Faltava só convencê-los.

Dessa vez, a Rh foi bem mais simpática. Quase arriscava dizer que ela gostou de mim. Daí ela saiu, para que o gerente me entrevistasse. Entra um garoto na sala, pouco mais velho que eu, imagino. Bem mais interessante do que eu deveria achar, considerando o meu recente histórico de assédios em entrevistas. O engraçado é que ele era a cara do Michael Novotny de Queer as Folk. E eu sempre fui uma Brian Kinney kind of girl. Mas, devo dizer. Esse Michael é bem interessante mesmo. *

A vaga é ótima. Não é perfeita, porque num mundo ideal a vaga perfeita não começa com a ameaça de kick my ass em 4 meses. Mas é a empresa que EU queria trabalhar quando me mudei pra São Paulo, numa área muito legal. Com pessoas coloridas, e corredores coloridos, e eu estarei naturalmente colorida com tanta alegria de viver. Pode ser o começo de uma vida colorida e, devo dizer, eu super merecia uma notícia dessas pra declarar 2009 oficialmente iniciado.

Então.

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3 vivas às pessoas que decidem ter filhos, e ceder suas boas vagas no mercado de trabalho pra uma pessoa, assim, tipo eu.

P.S. Neste meio tempo, estarei reunindo evidências que provem que lugar de mãe é em casa, junto com seus filhos. Quaisquer recortes de jornal que falem sobre babás espancadoras de bebês, sobre crianças que têm sua vida arruinada por abandono na primeira infância, sobre como o mercado de trabalho pode destruir uma família, etc. Para fins de pressão psicológica. Se nada mais funcionar, eu compro uma corrente e um cadeado, e me acorrento à minha work station. Quero só ver neguinho me tirar dali. Ah, quero. =]

* Eu queria entender exatamente como eu consegui passar quase 10 anos no rio de janeiro e contar nos dedos de uma mão os caras que eu achei realmente interessantes, e estar em São Paulo não faz nem 6 meses e achar tantos caras interessantes. Será psicológico?

Um comentário:

May disse...

nossa, nossa, boa notícia, parabéns.

tou apoiando a licença maternidade eterna, e torcendo pra que essa pessoa perceba que são paulo NÃO é uma cidade pra se criar uma criança e vá bem feliz prum lugar mais colorido!